As denúncias de leite azedo distribuído aos beneficiários do programa VivaLeite em Adamantina, repercutiram na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SEDS), órgão estadual responsável pela sua gestão. A situação foi narrada pelos beneficiários nas redes sociais. A Prefeitura de Adamantina também recebeu reclamações e comunicou a SEDS.
O tema foi publicado em reportagem pelo SIGA MAIS na terça-feira, 1º de abril. Nas redes sociais os usuários validaram a denúncia e ampliaram os relatos de ocorrências de leite estragado em Adamantina e Lucélia. Na ocasião a reportagem solicitou informações à SEDS.
A resposta foi recebida na manhã desta quinta-feira (3). O órgão estadual reconheceu as reclamações e informou que o problema foi isolado e teve os encaminhamentos e apuração. Informou ainda que a empresa fornecedora foi identificada e irá restituir aos municípios o volume de leite com problemas. A SEDS informou ainda que enviará ao local uma equipe de monitoramento para coletas do alimento.
Veja a íntegra da manifestação do órgão estadual:
“A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SEDS) informa que o problema já foi identificado e sanado, tendo sido feita a notificação para a empresa responsável pela produção do leite pasteurizado integral distribuído à região. A empresa reforçará providências visando a garantia da qualidade do leite ofertado nas próximas distribuições. Diante do fato, a empresa ressarcirá os municípios e entregará as mesmas quantidades de leite que apresentaram o problema, certificando-se da qualidade do alimento que será entregue aos beneficiários.
O problema foi pontual, e, portanto, trata-se de um caso isolado, observando-se que anteriormente não houve nenhum caso semelhante na região.
A Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria de Desenvolvimento Social, que notificou a empresa sobre o problema ocorrido, enviará ao local uma equipe de monitoramento, que realizará coletas do alimento a fim de garantir que o processo está sendo cumprido com eficiência e qualidade. Informa, ainda, que a equipe de monitoramento faz visitas periódicas nas entidades sociais credenciadas, bem como nos municípios conveniados.
Atualmente, o projeto Vivaleite distribui, mensalmente, cerca de 58,7 mil litros de leite para a região da Alta Paulista”.
Saiba mais sobre o programa
Conforme o site da SEDS, o programa estadual VivaLeite foi criado há 25 anos e durante esse período se tornou o maior projeto de distribuição gratuita de leite pasteurizado do Brasil, a ponto de fornecer, atualmente, 50 milhões de litros por ano a crianças e idosos em situação de vulnerabilidade social nos 645 municípios do estado de São Paulo.
Com o desafio de combater a anemia por deficiência de ferro em crianças e idosos de baixa renda, o Vivaleite beneficia por volta de 280 mil crianças e idosos, entregando 4,18 milhões de litros de leite por mês. Para tanto, são 607 prefeituras conveniadas, 1.500 entidades parceiras e 18 laticínios fornecedores.
A fórmula do leite fornecido pelo Projeto Vivaleite é fortificada com Ferro e vitaminas A e D. Para as crianças, o leite também auxilia no crescimento e desenvolvimento, fornece nutrientes essenciais e é uma fonte de hidratação. No caso dos idosos, o leite fortificado auxilia na saúde óssea e fornece proteínas importantes para a massa muscular.
Segundo estudo liderado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), uma a cada três crianças de até sete anos sofre de anemia por deficiência de ferro no Brasil. A anemia ferropriva pode afetar a disposição de crianças e resultar em déficit de aprendizado e dificuldades no desenvolvimento intelectual, além de prejudicar o sistema imunológico.
Para ter acesso ao Vivaleite, segundo a SEDS, famílias com crianças (de 6 meses até 6 anos) e idosos (acima de 60 anos) em vulnerabilidade social devem procurar o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) do seu município.