Estudo em Prudente sugere incluir triagem para detectar leishmaniose em doação de sangue

20/03/2024 09h12 Filtro ajudaria identificar portadores assintomáticos da doença, evitando risco de transmissão; pesquisa científica foi desenvolvida pelo biomédico João Guilherme Matarazzo
O Imparcial , Presidente Prudente (SP)
Estudo em Prudente sugere incluir triagem para detectar leishmaniose em doação de sangue .

Ao avaliar a associação de infecção assintomática por leishmaniose e o conhecimento sobre a doença em doadores de sangue de um hemocentro do oeste paulista, estudo sugere incluir triagem sorológica como filtro para detectar a doença. A pesquisa científica foi desenvolvida no Programa de Mestrado em Ciências da Saúde, com a dissertação levada à defesa pública na tarde da última quinta-feira junto ao PRPPG (Programa de Pesquisa e Pós-Graduação), instalado no campus 2 da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em Presidente Prudente.

O estudo foi conduzido pelo biomédico João Guilherme Araújo Matarazzo, com a orientação de Eliana Peresi Lordelo e coorientação de Thais Batista de Carvalho. O trabalho foi avaliado pela examinadora interna Elaine Negri e a externa, Simoni Baldini Lucheis.

O autor levou em consideração a incidência da doença, que acomete entre 700 mil e 1 milhão de pessoas por ano em 90 países.

Levou em conta ainda que o Brasil representa 93,5% de casos de leishmaniose visceral nas Américas, conforme dados de 2021. Dados que atestam a importância da ciência continuar produzindo conhecimentos para combater a doença que tem 20 espécies de protozoários do gênero Leishmania e 90 espécies de flebomíneos, mosquitos que se alimentam de sangue e são vetores da leishmaniose, que pode ser tegumentar/cutânea (feridas na pele), mucosa cutânea (feridas na boca e nariz) e visceral (mais letal e menos perceptiva).

Portador assintomático

A pouca percepção decorre de sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças, dentre os quais estão perda de peso, cansaço, febre e a anemia, que é a manifestação mais silenciosa de todas. Então, pode ocorrer do portador assintomático ir doar sangue sem saber que está acometido pela doença. E tem uma agravante: mais da metade das pessoas sabem, mas não conhecem a doença, de acordo com o resultado do questionário utilizado na pesquisa.

O estudo apontou que os doadores têm conhecimento limitado da doença, o que aumenta o risco de exposição (transmissão) e de reservatório (portador), daí a necessidade de que as campanhas sejam mais esclarecedoras e de novos estudos para entendimento mais abrangente. A produção da pesquisa teve caráter interinstitucional, com a análise de amostras na universidade em Botucatu (SP), com o apoio de Diego Peres Alonso e Paulo Eduardo Martins Ribolla.

A pesquisa tem o título “Prevalência da infecção assintomática por Leishmania infantun em doadores de sangue do oeste paulista e sua associação com o conhecimento sobre a doença”. João Guilherme foi aprovado para receber o título de mestre em Ciências da Saúde.

 

 

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