No ano da pandemia, custo das Câmaras Municipais varia de R$ 55,22 a R$ 628,93 por morador na microrregião

13/04/2021 05h43 Em Flora Rica, Pracinha e Sagres, os vereadores tiveram gastos em 2020 acima da arrecadação do próprio município.
Por Grupo Impacto, Osvaldo Cruz - SP
No ano da pandemia, custo das Câmaras Municipais varia de R$ 55,22 a R$ 628,93 por morador na microrregião Câmara Municipal de Flora Rica tem o maior custo por habitante da microrregião. (Foto: Reprodução / Folha Regional)

Em um cenário de pandemia mundial pela presença de um vírus mortal, com estado de calamidade pública decretado no estado de São Paulo e nos municípios, e uma situação de crises fiscal e econômica, o custeio das Câmaras Municipais paulistas consumiu quase R$ 3 bilhões dos cofres públicos em 2020.

Levantamento do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), divulgado no último dia 25, aponta ainda que 31 Casas Legislativas gastaram acima da capacidade de arrecadação própria do município, oriunda de recolhimento de impostos (IPTU, IRRF, ISSQN, ITBI), taxas, contribuições de melhoria e de iluminação pública.

Três estão situadas na microrregião de Adamantina. Conforme o TCE-SP, a Câmara de Flora Rica teve despesa de R$ 899,3 mil no último ano, enquanto o Município arrecadou R$ 775,8 mil. A situação se repete em Pracinha, onde a despesa do Legislativo foi de R$ 643,6 mil e a arrecadação municipal foi de R$ 424,9 mil. A outra cidade é Sagres: a Casa de Leis teve custo de R$ 689,2 mil e o Município arrecadou R$ 418,9 mil – 164,5% de diferença.

Flora Rica também tem o maior custo por morador entre 14 cidades da microrregião. A Câmara Municipal custa R$ 628,93 por ano para cada um dos 1.430 habitantes. Por outro lado, o Legislativo de Adamantina continua sendo o mais econômico, com média per capita de R$ 55,22. No Estado (fora Capital), o valor das Casas de Leis por habitante é de R$ 85,81.

PRÓXIMA ETAPA NO TCE

As informações são subsídios para a próxima etapa, que é a análise das contas da Câmara Municipal de cada cidade pelos técnicos do TCE. Depois, a Corte de Contas dá um parecer final com voto que pode ser pela regularidade, regularidade com ressalvas ou irregularidade.

Quando as contas anuais são julgadas irregulares, o responsável por elas (o presidente da Câmara) pode ficar inelegível em decorrência da decisão.

De acordo com o artigo 29 da Constituição de 1988, o subsídio dos vereadores é fixado pelas Câmaras Municipais a cada legislatura, dependendo da quantidade de habitantes da cidade e do subsídio dos deputados estaduais.

Município Quantidade de Vereadores População Despesa Liquidada com Pessoal e Custeio per capita Despesa Liquidada com Pessoal e Custeio
Adamantina 9 35.111 R$ 55,22 R$ 1.938.840,18
Flora Rica 9 1.430 R$ 628,93 R$ 899.375
Flórida Paulista 9 14.790 R$ 75,22 R$ 1.112.453,52
Inúbia Paulista 9 4.019 R$ 199,03 R$ 799.886,37
Irapuru 9 8.325 R$ 118,97 R$ 990.394,46
Lucélia 11 21.886 R$ 86,44 R$ 1.891.855,33
Mariápolis 9 4.091 R$ 166,46 R$ 680.976,84
Osvaldo Cruz 13 33.000 R$ 55,30 R$ 1.824.831,88
Pacaembu 9 14.263 R$ 95,65 R$ 1.364.234,62
Parapuã 9 10.949 R$ 131,27 R$ 1.437.311,69
Pracinha 9 4.212 R$ 152,81 R$ 643.636,76
Rinópolis 9 9.961 R$ 91,36 R$ 910.000,20
Sagres 9 2.430 R$ 283,66 R$ 689.285,83
Salmourão 9 5.337 R$ 125,76 R$ 671.184,55

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