Moraes corrige decisão e libera parcialmente propaganda do governo sobre Bicentenário da Independência

26/08/2022 16h14 Presidente do TSE negou pedido da secretaria de comunicação do governo Bolsonaro para veiculação da peça publicitária
Por OGlobo , Brasil
Moraes corrige decisão e libera parcialmente propaganda do governo sobre Bicentenário da Independência (Foto: Divulgação/TSE)

Quase 24 horas após divulgar decisão em que barrava uma campanha publicitária do governo federal sobre os 200 anos da Independência, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, corrigiu o despacho e liberou parcialmente a propaganda, desde as peças passem por ajustes. O ministro alegou "erro material" ao lançar a nova decisão.

Na avaliação do ministro, não ficou comprovada a urgência que a campanha demanda, "para fins de divulgação durante o período crítico da campanha, que se finaliza em novembro de 2022, momento a partir do qual plenamente possível a comemoração do Bicentenário da Independência".

Moraes pondera, na decisão, que apesar de "inegável a importância histórica da data, em especial para comemorações dada a dimensão do país e seus incontáveis feitos durante esse período de independência", é imprescindível que a campanha seja justificada pela gravidade e urgência, "sob pena de violação ao princípio da impessoalidade, tendo em vista a indevida personificação, no período eleitoral, de ações relacionadas à administração pública".

Para o presidente do TSE, trechos da peça publicitária demonstram o viés político da propaganda. Ele destaca, por exemplo, a parte que diz: "Brasil. A nação de um povo heroico. Somos, há 200 anos, brasileiros livres graças à coragem constante. Porque a mesma coragem de Dom Pedro existe ainda hoje em milhões de Pedros Brasil afora. A mesma bravura de Maria Quitéria existe em Marias empreendedoras por todo o País. Somos uma nação independente, que está escrevendo um futuro melhor. 200 anos de Independência do Brasil. O futuro escrito em verde e amarelo. #FuturoVerdeAmarelo".

"Trata-se de slogans e dizeres com plena alusão a pretendentes de determinados cargos públicos, com especial ênfase às cores que reconhecidamente trazem consigo símbolo de um ideologia política, o que é vedado pela Lei eleitoral, em evidente prestígio à paridade de armas", afirma Moraes.

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