Tribunal do Júri condena réus pelo homicídio do sobrinho do prefeito de Marília; penas somam quase 100 anos

28/04/2023 08h27 Quatro réus ainda podem recorrer da decisão, mas já estão presos. O corpo de Neto Alonso, que tinha 21 anos, foi encontrado em um penhasco em janeiro de 2019.
Por G1, Marília (SP)
Tribunal do Júri condena réus pelo homicídio do sobrinho do prefeito de Marília; penas somam quase 100 anos (Foto: Reprodução)

O Tribunal do Júri de Marília (SP) condenou os quatro réus acusados de matar Neto Alonso, sobrinho do prefeito Daniel Alonso (sem partido), em sessão que terminou na madrugada desta quinta-feira (27). Eles podem recorrer da decisão, mas seguem presos.

Fernando Henrique Klem Carneiro, que era o único em liberdade atualmente, foi condenado a 21 anos pelo homicídio e absolvido da acusação de ocultação de cadáver. Ele foi preso no plenário.

Já Edson Alves dos Santos foi condenado a 25 anos por ambos os crimes, assim como Bryan Bruno Santos. Vitória Beatriz Pereira de Souza, por sua vez, foi condenada a 22 anos por homicídio e ocultação de cadáver. Os três já estavam presos.

Segundo a investigação da Polícia Civil, Dirceu Hilário Ortega Alonso, que era conhecido como Neto Alonso, então com 21 anos, era usuário de cocaína e no dia do crime recebeu drogas de Fernando para vender, mas teria consumido os entorpecentes.

O caso está em segredo de Justiça, mas alguns detalhes sobre a denúncia constam em publicação no Diário Oficial da Justiça do Estado em que foi agendada a data do Tribunal do Júri.

Conforme despacho do juiz responsável, uma das qualificadoras do crime é por motivo torpe já que, segundo as investigações, o assassinato foi motivado por dívida de drogas.

“Bryan, Edson e Fernando conduziram-na até o interior do imóvel da corré Vitória e passaram a desferir vários golpes na cabeça do ofendido, com agente corto-contundente, levando-o a óbito, sendo que Vitória ficou em frente à residência vigiando, assegurando a consumação do delito”, consta no documento.

“Ainda, para ocultar o crime e obstar a persecução penal, jogaram o cadáver da vítima em um penhasco”, completa o juiz na manifestação.

O corpo de Neto Alonso, em estado avançado de decomposição, foi encontrado no dia 12 de janeiro no penhasco de aproximadamente 80 metros de altura e difícil acesso. Os bombeiros precisaram de apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar para fazer o resgate.

O crime

As investigações se seguiram após os policiais encontrarem o corpo da vítima e Bryan Bruno Santos, Edson Alves, Fernando Henrique Klem Carneiro e Vitória Beatriz Pereira de Souza foram apontados como suspeitos. A prisão de Bryan, Fernando e Vitória aconteceu em fevereiro e março de 2019.

O quarto suspeito, Edson Alves, estava foragido na época e foi preso apenas em abril do mesmo ano depois de ser encontrado em uma casa na rua Severino Zambon, no Núcleo Habitacional Nova Marília. Os três foram mantidos presos em decisão de 2021.

Um laudo confirmou que a vítima sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas na face, dois dias depois do corpo ter sido encontrado. No dia 14 de janeiro de 2019, Neto Alonso foi enterrado, sem velório, no Cemitério da Saudade.

Na época, o prefeito Daniel Alonso divulgou nota dizendo lamentar o ocorrido e que essa era uma grande tragédia para toda família.

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