Polícia Civil investiga supostos crimes atribuídos a integrantes de movimento social; FNL classifica ação como ‘abusiva’ e ‘arbitrária’

09/05/2022 08h19 Oito mandados de buscas domiciliares foram cumpridos nesta sexta-feira (6).
Por G1, Rosana (SP)
Polícia Civil investiga supostos crimes atribuídos a integrantes de movimento social; FNL classifica ação como ‘abusiva’ e ‘arbitrária’ .

Em uma nota oficial conjunta, a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), em Rosana (SP), informaram que na sexta-feira (6) houve uma ação policial para o cumprimento de oito mandados de buscas domiciliares determinados pela Justiça.

O objetivo era apurar supostos comportamentos criminosos de integrantes de um grupo que reivindica terras no Pontal do Paranapanema para a destinação à reforma agrária.

A nota conjunta pontuou ainda que a investigação obteve elementos de informação de prática ilícita por parte de pessoas ligadas ao grupo e que os investigados se aproveitavam das ocupações de terras e sabiam da proximidade do período de colheita de soja nas propriedades rurais. Assim, conforme a nota da polícia e do MPE-SP, exigiam dos agricultores quantias em dinheiro para que eles pudessem entrar nas propriedades para a colheita e a retirada de bens.

Durante as buscas cumpridas, a Polícia Civil apreendeu três armas de fogo, aparelhos celulares e outros itens eletrônicos.

Todo o material apreendido vai passar por perícia.

De acordo com a nota, a investigação policial vai continuar para verificar se existe participação de outros envolvidos e identificar mais possíveis vítimas.

O movimento social denominado Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) divulgou uma nota afirmando que um grupo de agentes da Polícia Civil fez incursões “arbitrárias” nas casas de pelo menos cinco lideranças da organização, entre eles, os coordenadores José Rainha Júnior, Diolinda Alves de Souza e Luciano Lima.

Segundo a FNL, essa ação seria consequência de um inquérito policial e advogados do movimento ainda não tiveram acesso ao conteúdo das investigações.

Ainda conforme a nota, a polícia apreendeu uma agenda pessoal, uma cartilha sobre os princípios da FNL e documentos do movimento, na casa de José Rainha Júnior.

Também foi mencionada a apreensão de outros bens das demais lideranças.

Para a FNL, a ação da polícia é mais uma tentativa do Estado de intimidar as famílias que ocupam terras públicas que o movimento considera “ociosas”, na região do Pontal do Paranapanema, e de intensificar a perseguição política às lideranças.

O movimento classificou como “abusiva” a ação da polícia.

Comente, sugira e participe:

Cadastre seu WhatsApp e receba notícias diariamente pelo celular