Para se defender, pai atira no rosto do filho durante surto psicótico do rapaz, que acaba morrendo, em Mirante do Paranapanema

09/06/2023 10h11 Homem, que é ex-delegado, possui o porte e o registro legais da arma de fogo, e teria agido em legítima defesa, segundo o delegado responsável pelas investigações.
Por G1, Mirante do Paranapanema (SP)
Para se defender, pai atira no rosto do filho durante surto psicótico do rapaz, que acaba morrendo, em Mirante do Paranapanema .

Um ex-delegado, de 58 anos, atirou contra o filho, de 30 anos, durante um surto psicótico do rapaz, na tarde desta quinta-feira (8), em Mirante do Paranapanema (SP). O jovem chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao ferimento e morreu.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Zanatta Riveira Holsback, tudo aconteceu no interior da residência da família, onde moram o pai, a mãe e os três filhos maiores de idade, na região central da cidade.

O delegado aposentado do Estado de Minas Gerais teria tentado socorrer o filho, diagnosticado com esquizofrenia, durante um surto, ocasião em que quebrou uma janela e acabou se ferindo.

“A família relatou que, nos últimos três anos, o quadro do rapaz piorou muito. Ele estava mais agressivo e violento. Hoje, por volta do horário do almoço, o filho teve mais um surto e o pai tentou contê-lo. A família apresentou os documentos médicos que atestam o quadro de esquizofrenia diagnosticado no filho”, afirmou ao g1 o delegado.

De acordo com Zanatta, no momento em que o pai foi pegar a chave do carro para levar o filho ao pronto-socorro municipal, ele foi surpreendido pelo jovem, que havia pegado uma faca na cozinha e tentou golpeá-lo.

Encurralado entre o corredor da residência e um dos quartos, o ex-delegado pegou sua pistola calibre .40 e acertou um único disparo no rosto do filho, na região abaixo de um dos olhos, na tentativa de conter as investidas.

O pai realizou os primeiros socorros ainda no local, até a chegada do Corpo de Bombeiros. O filho foi levado para a Santa Casa de Misericórdia do município, mas não resistiu ao ferimento e morreu.

A pistola, a munição deflagrada e a faca foram apreendidas.

A Polícia Científica foi acionada para periciar o local.

‘Legítima defesa’

A família foi conduzida à delegacia para prestar depoimentos e, após as oitivas, todos foram liberados.

Ainda conforme Holsback, o ex-delegado possui o porte e o registro legais da arma de fogo, e teria agido em legítima defesa, como forma de cercear as agressões.

“Foi reconhecido, preliminarmente, a legítima defesa, pois o pai, utilizando moderadamente dos meios necessários, isto é, um único disparo de fogo contra o filho, praticou o fato para repelir a agressão. Ele não teve outra alternativa a não ser efetuar o disparo para preservar sua integridade física e sua vida. A família está muito abalada. Foi uma tragédia”, ressaltou ao g1 o delegado.

O corpo do rapaz foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame necroscópico.

Um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias do ocorrido.

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