Operação Pothos mira grupo envolvido em crime de ‘sextorsão’ que causou prejuízo de mais de R$ 100 mil a morador de Presidente Venceslau

22/06/2022 07h50 Homens tornam-se vítimas após serem atraídos por perfis falsos de mulheres nas redes sociais e acabam induzidos à troca de fotos pessoais, por meio de aplicativos de conversas.
Por G1, Presidente Venceslau (SP)
Operação Pothos mira grupo envolvido em crime de ‘sextorsão’ que causou prejuízo de mais de R$ 100 mil a morador de Presidente Venceslau (Foto: Polícia Civil/SP)

A Polícia Civil do Estado de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (21) a Operação Pothos para o cumprimento de 11 mandados judiciais de busca e apreensão em cinco cidades do Rio Grande do Sul onde moram suspeitos de envolvimento com o chamado crime de “sextorsão”.

Segundo a polícia, a operação investiga uma associação criminosa voltada à prática de extorsão em que homens tornam-se vítimas após serem atraídos por perfis falsos de mulheres nas redes sociais e acabam induzidos à troca de fotos pessoais, por meio de aplicativos de conversas.

Em posse das imagens, a suposta mulher alega ser menor de idade, quando, então, familiares, advogados e até policiais, todos fictícios, passam a exigir a transferência de dinheiro para que as fotos e as conversas não sejam levadas ao conhecimento das autoridades. Com medo, as vítimas acabam cedendo às exigências e realizando as transferências bancárias aos criminosos.

As investigações tiveram início em janeiro de 2022, depois que um homem, morador de Presidente Venceslau (SP), sofreu um prejuízo de mais de R$ 104 mil com o golpe.

O delegado Edmar Rogério Dias Caparroz, que preside as investigações, esclareceu que, “na verdade, trata-se da modalidade de extorsão conhecida como ‘sextorsão’, consistente na ameaça de se divulgar imagens íntimas para forçar alguém a fazer algo e, no presente caso, ceder a vantagem financeira”.

“Os criminosos chegaram a enviar imagens da menor lesionada e de uma Delegacia de Polícia cenográfica, confecção de um atestado de óbito da adolescente e de um mandado de prisão expedido em desfavor da vítima, tudo para dar maior credibilidade ao golpe, auferindo mais de R$ 104 mil em prejuízo à vítima”, explicou Caparroz.

Nesta terça-feira (21), as buscas e apreensões foram feitas nas cidades gaúchas de Campo Bom (RS), Charqueadas (RS), Novo Hamburgo (RS), Parobé (RS) e São Leopoldo (RS).

Durante as diligências, um casal foi preso em flagrante por tráfico de drogas após os policiais terem encontrado porções de cocaína e maconha em um dos imóveis alvos da operação.

Caparroz detalhou ao g1 que foram apreendidos celulares e cartões bancários que serão analisados para comprovar a materialidade do crime, o vínculo dos investigados e o possível esclarecimento de outras extorsões.

“Uma das investigadas confessou cabalmente o crime”, salientou o chefe das investigações ao g1.

Os trabalhos, que são comandados pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Presidente Venceslau, contaram com o apoio de policiais civis do Estado do Rio Grande do Sul e ainda da Divisão de Apoio à Investigação, do Centro Integrado de Operações de Fronteira, da Secretaria de Operações Integradas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (DAI/Ciof/Seopi/MJSP).

Até o momento, cinco suspeitos são investigados pela Operação Pothos.

"Eles estão sendo investigados por uma associação criminosa e mais o crime de extorsão. Nós precisamos comprovar o vínculo entre os investigados e comprovar a permanência e a estabilidade. Preenchidos esses requisitos, eles serão indiciados por associação criminosa também. Então, a investigação é de uma associação criminosa para fins de extorsão. Nós só precisamos comprovar que esses indivíduos realmente estão 'linkados', que eles possuem estabilidade e permanência. Feito isso, eles serão indiciados nesse sentido”, disse Caparroz ao g1.

O nome de Pothos dado à operação é uma alusão ao deus grego da paixão, do anseio e do desejo.

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