A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira (18), durante a Operação Guardian, e apreendeu cartões bancários, extratos bancários e celulares.
As ações fazem parte de um inquérito policial que apura a prática de estelionato e associação criminosa.
Segundo a corporação, em quatro dias, com o chamado “Golpe do Motoboy” ou “Golpe do Cartão Clonado”, o grupo criminoso deu um prejuízo de mais de R$ 30 mil a idosos na região de Presidente Prudente (SP).
Ainda conforme a polícia, as investigações tiveram início em setembro deste ano, após a prisão em flagrante de um homem que praticava os golpes.
Resultante desta prisão, em Presidente Prudente, foi possível identificar novas vítimas e apurar que o prejuízo total causado pelo indiciado no período compreendido entre 31 de agosto e 3 de setembro deste ano foi de aproximadamente R$ 30,6 mil.
Os cumprimentos dos mandados judiciais foram feitos em São Paulo (SP), Itapira (SP), Francisco Morato (SP) e Suzano (SP). Foram apreendidos cartões bancários, extratos bancários e celulares, que passarão, com autorização judicial, por perícia técnica.
O delegado responsável pela operação, Matheus Nagano da Silva, da Central de Polícia Judiciária (CPJ), em Presidente Prudente, destacou a importância das apreensões, “uma vez que servirão para dar prosseguimento às investigações e identificar os membros da associação criminosa”.
A ação foi realizada por policiais civis do Oeste Paulista com apoio de equipes de São Paulo.
Entenda o golpe
Criminosos contatam idosos via telefone fixo, se identificam como funcionários de instituições bancárias e informam que foram realizadas compras e movimentações bancárias atípicas nas contas dos idosos. Eles indagam se reconhecem tais movimentações e de pronto as vítimas dizem não as reconhecer.
Após a negativa da vítima, o estelionatário (falso funcionário da instituição bancária) a orienta a ligar no número de telefone que consta no verso do cartão bancário, com o objetivo de solicitar o cancelamento. Ocorre que, mesmo com a vítima desligando o telefone, o estelionatário consegue “segurar” a ligação. Portanto, mesmo sendo feita nova discagem do número existente no verso do cartão, quem está do outro lado da linha é outro estelionatário que se porta como atendente responsável pelo setor de cancelamento de cartões, utilizando inclusive gravações como nas centrais de atendimento das instituições bancárias, dando assim maior credibilidade.
Durante o contato, o estelionatário conseguia obter com a vítima dados bancários, senhas alfanuméricas e dados pessoais (nomes dos pais, número de celular e etc.) visando a utilizar esses dados para realização de movimentação bancária.
Ao término do atendimento, o estelionatário dita uma carta de contestação para que a vítima escreva de próprio punho, bem como a faz acreditar que seu cartão está bloqueado e a orienta a cortá-lo, mas sem danificar o chip, informando que enviará um funcionário do banco ou policial civil para recolher o cartão para futuras perícia e investigação.
Entretanto, este suposto funcionário do banco ou policial civil, na verdade, é um integrante do grupo criminoso e, após recolher o cartão, imediatamente passa a realizar diversas compras, saques e transferências indevidas, utilizando a senha disponibilizada pela vítima durante a ligação mantida com o outro integrante do grupo, causando prejuízo.
Para evitar esse tipo de estelionato, a Polícia Civil orienta que, em caso de ligação telefônica de pessoa que se identifica como funcionário de instituição bancária, seja desligado o telefone e que o correntista procure a agência de sua instituição bancária e trate de problemas envolvendo a sua conta e cartões diretamente com seu gerente de maneira presencial.
Na impossibilidade, que realize a ligação no número que consta no verso do cartão de crédito através de linha telefônica diversa daquele do primeiro contato e que jamais entregue o cartão bancário (mesmo que cortado) a qualquer pessoa que queira buscá-lo na residência.