Operação apreende R$ 71 mil em produtos de vendas on-line desviados por entregador; investigado alegou que reteve os objetos por causa de dívida salar

05/05/2023 08h40 Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no Jardim Real, em Presidente Epitácio (SP), nesta quinta-feira (4). Homem, de 32 anos, irá responder por furto qualificado.
Por G1, Presidente Epitácio (SP)
Operação apreende R$ 71 mil em produtos de vendas on-line desviados por entregador; investigado alegou que reteve os objetos por causa de dívida salar .

A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (4), uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão, no Jardim Real, em Presidente Epitácio (SP), e recuperou mais de R$ 71 mil em produtos que haviam sido adquiridos pela internet e estavam na casa de um homem, de 32 anos, que era responsável por entregá-los.

Segundo o delegado Márcio Domingos Fiorese, o investigado fazia as entregas para uma empresa distribuidora de Presidente Prudente (SP), que, conforme o suspeito, “levava os produtos até ele” na cidade de Presidente Epitácio.

"A empresa fala que repassou as mercadorias para ele entregar na cidade. É uma empresa de Presidente Prudente, que recebe as mercadorias que as pessoas compram on-line, e ela tem entregadores em vários municípios da região, e aqui em Epitácio ela contratou este rapaz. A empresa afirma para a Polícia Civil que simplesmente os objetos não chegaram nas mãos dos destinatários. A empresa afirmou que houve o desvio das mercadorias", explicou o delegado ao g1.

Conforme a polícia, centenas de consumidores destinatários foram prejudicados e, ao todo, mais de mil mercadorias foram localizadas na casa onde o homem mora.

Ele alegou aos policiais que “estava retendo as mercadorias, como forma de ressarcimento, porque a empresa estava devendo-lhe salário e não pagou”.

A Polícia Civil, no entanto, constatou que algumas mercadorias estavam com as embalagens rompidas, violadas e “sem nada dentro”.

“Ou seja, ele já desviou esses produtos para algum lugar, ele já vendeu para alguém, já deu a destinação ilícita aos produtos, confirmando a subtração, o furto, porque ele não pode dar uma destinação diversa”, acrescentou Fiorese.

O delegado ainda citou ao g1 que os produtos que foram apreendidos são variados e que “aquelas caixas que estavam violadas já não têm mais nada dentro”.

“São mercadorias diversas, compras virtuais, tem peso de academia, tem de tudo ali”, pontuou.

Crime e ressarcimento

O suspeito irá responder, em liberdade, pelo crime de furto qualificado por abuso de confiança.

"Não ficou evidenciado qual exatamente é o vínculo empregatício dele com a central de distribuição. A empresa depositou a confiança nele, de ele entregar, e ele praticou a subtração dentro do abuso de confiança", argumentou ao g1.

Conforme o inciso II, do parágrafo 4º, do artigo 155, do Código Penal, a pena para este delito é de "reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza".

O delegado ainda disse que “com certeza estes destinatários estão tentando pleitear os seus direitos perante a empresa”.

“É a transportadora que arcaria com o prejuízo. Essas mercadorias que foram apreendidas vão ser entregues para a transportadora”, concluiu Fiorese.

A Polícia Civil nomeou os trabalhos de Operação Delivery Deviation, que, traduzindo do inglês, significa "desvio na entrega'.

Comente, sugira e participe:

Cadastre seu WhatsApp e receba notícias diariamente pelo celular