Mega-assalto em Araçatuba: Justiça Federal condena nove homens a penas que somam mais de 470 anos de prisão

07/12/2023 08h39 Ataques a agências bancárias que deixaram três mortos na cidade e um prejuízo de R$ 17 milhões ocorreram em 29 e 30 de agosto de 2021. Os réus podem recorrer das decisões.
Por G1, Araçatuba (SP)
Mega-assalto em Araçatuba: Justiça Federal condena nove homens a penas que somam mais de 470 anos de prisão Criminosos fizeram 'escudo humano' com moradores de Araçatuba (SP) — Foto: Arquivo pessoal

A Justiça condenou nove homens pelos ataques a agências bancárias de Araçatuba (SP), que deixaram três mortos e um prejuízo de R$ 17 milhões, ocorridos em 29 e 30 de agosto de 2021. Juntas, as penas ultrapassam 470 anos de prisão em regime fechado

Conforme de decisão da 1ª Vara Federal de Araçatuba, dos 18 réus, nove foram condenados a penas de 40 a 65 anos de prisão por integrar organização criminosa, latrocínio consumado e tentado, roubo majorado pelo concurso de pessoas, restrição da liberdade das vítimas, emprego de arma de fogo e explosão de obstáculos, incêndio e acionamento de explosivos.

Outros nove réus foram absolvidos por insuficiência de provas (veja abaixo detalhes das penas). As sentenças foram publicadas nesta terça-feira (5), pelo juiz federal Fabio Luparelli Magajewski. Os réus podem recorrer das decisões.

Na noite do dia 29 de agosto de 2021, membros da organização criminosa, fortemente armados, entraram em Araçatuba em veículos blindados e fizeram ataques simultâneos a agências bancárias e às sedes do Batalhão de Ações Especiais da Polícia (BAEP) e do Comando de Policiamento do Interior (CPI-10).

Câmeras de segurança do batalhão flagraram os policiais posicionados com armas do lado de dentro do prédio e, em seguida, saindo do local para o confronto (veja o vídeo abaixo). As imagens foram divulgadas pelo Fantástico.

Veículos na região central e nas rodovias de acesso à cidade foram incendiados, para impedir o deslocamento da equipe policial. Próximo à Praça Rui Barbosa, onde estão situadas as agências roubadas, os assaltantes fizeram reféns e "armaram" explosivos.

Após o ataque, o centro da cidade permaneceu isolado durante dois dias, até que os explosivos fossem desarmados. Três pessoas morreram, sendo dois moradores e um criminoso. Outras cinco também ficaram feridas, entre elas, um ciclista que teve os pés amputados após ser atingido por um explosivo.

A investigação policial identificou os suspeitos a partir de materiais genéticos coletados em vestígios do crime, quebras de sigilo de dados telefônicos e perícias sobre aparelhos eletrônicos.

A instrução do processo judicial foi realizada em 15 audiências para oitiva de 33 testemunhas e 20 interrogatórios.

Penas

Willian Brito dos Santos: 65 anos e 8 meses de prisão em regime fechado e 501 dias-multa;

Rogerio Oliveira Rodrigues: 65 anos e 8 meses de prisão em regime fechado e 501 dias-multa;

Cristiano de Moraes Vieira: 65 anos e 8 meses de prisão em regime fechado e 501 dias-multa;

Jairo Nogueira: 40 anos e 3 meses de prisão em regime fechado e 362 dias-multa;

Welton Marinho da Silva: 65 anos e 8 meses de prisão em regime fechado e 501 dias-multa;

Renato Jorge Vianna: 7 anos e 2 meses de prisão em regime fechado e 433 dias-multa;

Ademir Luiz Rondon, que é ex-militar do Exército: 65 anos e 8 meses de prisão em regime fechado e 501 dias-multa;

Carlos Eduardo Rocha Dias: 47 anos e 2 meses de prisão em regime fechado e 433 dias-multa;

Guilherme Ciarelli dos Santos: 55 anos e 8 meses de prisão em regime fechado e 487 dias-multa.

O g1 tenta contato com a defesa dos réus.

Relembre o ataque

A ação durou duas horas, entre ataque às agências, tiroteio e fuga. Veja o resumo do crime:

Grupo de 30 criminosos atacou três agências bancárias. Em duas delas, os bandidos conseguiram levar dinheiro; a terceira teve apenas os vidros atingidos por tiros; o valor não foi informado;

Veículos foram incendiados para fechar vias e atrapalhar a chegada da polícia;

Criminosos fizeram moradores e motoristas reféns, sendo que algumas das vítimas foram feitas de “escudo humano”; grupo também usou drone para monitorar a chegada da polícia;

Três pessoas morreram na cidade, entre elas, um criminoso; outras cinco ficaram feridas, incluindo o jovem que teve os pés amputados;

Dois suspeitos de participar do crime morreram em outras cidades, sendo um em Sumaré (SP) e outro em Piracicaba (SP);

32 suspeitos foram presos;

Ruas do Centro de Araçatuba foram isoladas, pois explosivos foram espalhados pela cidade; Gate apreendeu 98 bombas; trabalho para detonar e desativar levou mais de 30 horas;

Explosivos deixados por criminosos tinham sensores para ativar explosões; outros eram acionados a distância (mensagem ou ligação);

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