Justiça condena a mais de 120 anos de prisão organização criminosa que mantinha caminhoneiros em cativeiro em Álvares Machado

05/06/2023 08h25 Vítimas haviam sido contratadas por meio de um aplicativo para prestar serviços de transporte de cargas. No entanto, quando chegavam ao local combinado, eram surpreendidas pelos bandidos.
Por G1, Alvares Machado (SP)
Justiça condena a mais de 120 anos de prisão organização criminosa que mantinha caminhoneiros em cativeiro em Álvares Machado Caminhoneiros eram mantidos em cárcere privado no distrito de Coronel Goulart, em Álvares Machado (SP) (Foto: Reprodução/TV Fronteira)

A juíza da 2ª Vara Criminal da Comarca de Presidente Prudente (SP), Cibele Carrasco Rainho Novo, condenou seis pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) a penas que somaram, no total, mais de 122 anos de prisão por crimes como roubo, sequestro e organização criminosa.

Segundo a denúncia formulada pelo MPE-SP, os criminosos, todos moradores da Baixada Santista, empregaram violência e grave ameaça contra as vítimas para roubar veículos, celulares e joias, entre outros objetos, em Presidente Prudente. Ainda de acordo com as investigações, as vítimas haviam sido contratadas por meio de um aplicativo para prestar serviços de transporte de cargas em caminhões. No entanto, quando chegavam ao local combinado, eram surpreendidas por pessoas que usavam coletes e sinais luminosos, como se fossem de uma empresa, e mantidas em cárcere privado, enquanto seus caminhões e outros pertences eram roubados.

No ano de 2021, quatro caminhoneiros foram vítimas da organização criminosa em Presidente Prudente.

Os bandidos mantinham as vítimas em cativeiro em uma chácara, no distrito de Coronel Goulart, na zona rural de Álvares Machado (SP).

Além das penas de prisão, a juíza Cibele Carrasco Rainho Novo impôs aos réus multas de R$ 531.123,00, no total, para reparação dos danos materiais e de R$ 10 mil a cada uma das vítimas a título de danos morais, atendendo a pedido da Promotoria de Justiça.

As penas restritivas de liberdade foram estabelecidas da seguinte forma para os seis réus:

um homem, de 34 anos, pegou 24 anos, nove meses e 12 dias de reclusão em regime inicial fechado;

um homem, de 24 anos, recebeu 21 anos, três meses e 22 dias de reclusão em regime inicial fechado;

uma mulher, de 24 anos, foi sentenciada a cumprir 21 anos, três meses e seis dias de reclusão em regime inicial fechado;

um homem, de 47 anos, levou 18 anos, três meses e seis dias de reclusão em regime inicial fechado;

um homem, de 33 anos, terá de suportar 18 anos, três meses e seis dias de reclusão em regime inicial fechado; e

um homem, de 26 anos, arcará com 18 anos, três meses e seis dias de reclusão em regime inicial fechado.

Os cinco homens já se encontram presos em unidades penitenciárias, enquanto a mulher obteve o direito à custódia domiciliar.

Cativeiro

Quando descobriram a chácara onde era mantido o cativeiro das vítimas, os policiais cercaram o local e ouviram gritos de socorro.

Os policiais invadiram o cativeiro e encontraram as quatro vítimas, que tremiam, choravam e estavam muito emocionadas.

No canto de um quarto, havia potes plásticos improvisados, com todas as necessidades fisiológicas líquidas, com um cheiro terrível, além de comida arremessada no chão.

Também havia gradil nos quartos e fechamento de porta pela área externa (não interna), de modo que não teriam capacidade de arrombamento.

Separadamente, as vítimas contaram histórias semelhantes, no sentido de que haviam sido contratadas para o transporte de cargas via aplicativo e, ao chegarem ao local, pessoas com coletes e sinais luminosos, como se fossem de uma empresa, as rendiam e levavam para cárcere privado, naquelas condições, sob ameaça e violência, desaparecendo com os caminhões.

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