Em interrogatório, suspeito de matar ex-mulher em Presidente Prudente confessa crime e diz 'estar arrependido'

10/12/2020 05h00 Homem de 38 anos foi ouvido na manhã desta quarta-feira (9), na Delegacia Participativa, um dia após ser preso temporariamente. Ele ainda disse que tinha feito uso de crack e bebida alcoólica antes do assassinato.
Por G1, Presidente Prudente - SP
Em interrogatório, suspeito de matar ex-mulher em Presidente Prudente confessa crime e diz 'estar arrependido' Interrogatório foi feito na Delegacia Participativa de Presidente Prudente. (Foto: Aline Costa / G1)

A Polícia Civil ouviu, na manhã desta quarta-feira (9), o homem de 38 anos apontado como suspeito de ter matado a ex-mulher, em Presidente Prudente. Conforme a corporação, ele disse "estar arrependido" durante interrogatório.

O homem foi preso temporariamente na tarde desta terça-feira (8), em uma residência no Jardim Santa Mônica, em Prudente. Ele foi ouvido na Delegacia Participativa. Ainda segundo a polícia, o suspeito confirmou que esteve na casa da ex-esposa para "reatar o relacionamento". Porém, a vítima não aceitou.

"Confirmou também que tapou a boca dela e que ela desmaiou, e que não tinha intenção de tirar-lhe a vida, só pensou que houvesse desmaiado", afirmou a Polícia Civil.

O homem disse "estar arrependido por tudo o que aconteceu". "Ele afirmou ainda que tinha feito uso de crack e bebida alcoólica durante a madrugada [antes do assassinato]", informou a corporação.

Ele foi transferido para a Cadeia de Presidente Venceslau.

Prisão temporária

A polícia cumpriu o mandado de prisão temporária de 30 dias que havia sido expedido no dia 3 deste mês, um dia após o crime.

A Polícia Militar explicou que, durante patrulhamento, uma equipe da Força Tática avistou que um homem que entrava em uma residência apresentava características parecidas às do autor do crime de feminicídio no Residencial Cremonezi e decidiu abordá-lo.

O suspeito foi prontamente reconhecido e identificado.

Ainda de acordo com a PM, ele confessou ser o autor do crime e foi conduzido à Delegacia Participativa para o cumprimento do mandado de prisão temporária que já havia sido expedido pela Justiça.

O crime

Uma mulher de 37 anos morreu vítima de feminicídio, no dia 2 deste mês, em Presidente Prudente. De acordo com a Polícia Civil, o crime foi no Residencial Cremonezi, na zona norte do município. Um homem de 38 anos, ex-marido da vítima, é investigado como suspeito de autoria do crime.

Conforme o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa, a Polícia Militar foi acionada por volta das 11h50 para atender a uma ocorrência de feminicídio, em que um homem, colocado também como testemunha, havia informado que sua nora estava morta.

No local, este homem informou à PM que havia conversado com a vítima por volta das 6h. Contudo, após a conversa, ela não mais atendeu às ligações. O homem resolveu, então, ir até o serviço da nora para ver se ela estava no local, mas foi informado de que a mulher não tinha comparecido ao trabalho e que não costumava se atrasar.

Ainda segundo o BO, o homem foi, então, até a casa da vítima e, na residência, deparou-se com o portão fechado. Ele pulou o muro, arrombou a porta e encontrou a vítima deitada na cama e já, "aparentemente, sem vida".

O homem relatou também que, juntamente com vizinhos, arrombou o portão do imóvel para facilitar a entrada do socorro.

O Corpo de Bombeiros foi chamado e levou a vítima até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Guanabara, também na zona norte. Na unidade de saúde, a médica de plantão constatou o óbito.

Ainda no local do crime, os policiais conversaram com outra testemunha, que disse que por volta das 6h30 viu o ex-marido da vítima passando a pé pela rua, em frente à casa da mulher.

Já outra testemunha informou que por volta das 7h30 o suspeito passou em frente a uma obra em que ela trabalha, pediu um cigarro, e seguiu no sentido de uma mata que fica na mesma rua. Essa via onde esta testemunha trabalha é paralela à rua da residência da vítima.

A Polícia Científica também compareceu ao local, juntamente com a Polícia Civil. Foi colhido sangue de pequenas manchas encontradas na sala e o celular da vítima, que estava em cima da cômoda do quarto, foi apreendido para eventual perícia.

O Boletim de Ocorrência informa que foi requisitado exame necroscópico ao Instituto Médico Legal (IML), "sendo certo que pelas primeiras informações colhidas informalmente a vítima teria sido estrangulada".

A Polícia Civil informou que no sistema de Registro Digital de Ocorrência (RDO) foram encontradas "diversas ocorrências envolvendo as partes, sendo o que o investigado já teria sido preso duas vezes por violência doméstica em desfavor da vítima e existiria ordem judicial de afastamento (medida protetiva)".

O caso foi registrado na Delegacia Participativa como feminicídio consumado.

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) tomou ciência do caso e solicitou que todas as pessoas relacionadas no Boletim de Ocorrência fossem encaminhadas para a oitiva formal.

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