Uma fatalidade, com contornos dramáticos, foi descoberta na manhã desta terça-feira (6) no bairro Vila Anchieta em Lins, depois de a polícia ser acionada para atender uma ocorrência de morte suspeita em uma casa. A hipótese é que uma criança de apenas três anos tenha ficado dias sozinha com o corpo da mãe morta.
De acordo com as informações da Polícia Civil, a equipe foi acionada pelo irmão da vítima, uma mulher de apenas 29 anos. Ele relatou que encontrou corpo. O homem afirmou que foi procurado pela creche que a sobrinha frequentava. A unidade teria informado que a menina não comparecia às atividades desde o início da semana.
Preocupado, o homem teria ido até a casa da irmã e encontrado o imóvel trancado. Ao chamar pela mulher e não obter resposta, sentiu um forte odor vindo de dentro da residência.
Ele pulou o muro e, sem conseguir contato, quebrou o vidro de uma das janelas laterais do quarto para entrar. O homem encontrou a triste cena da menina de três anos abraçada ao corpo da mãe, que já estava em avançado estado de decomposição.
O tio retirou a criança do local e a levou até sua casa, onde ela passou a ser cuidada por sua esposa. Em seguida, acionou a Polícia Militar.
A perícia técnica esteve no imóvel, onde constatou que o corpo da mulher estava deitado com as costas no chão, ao lado da cama de casal. Não havia sinais aparentes de violência. Um celular foi encontrado próximo ao corpo e apreendido para investigação.
O local estava trancado por dentro e sem sinais de arrombamento ou desordem. Segundo o irmão da vítima, os móveis estavam aparentemente em ordem.
A família informou à polícia que a mulher havia se mudado recentemente de Andradina para Lins, após sofrer ameaças e episódios de violência doméstica praticados pelo ex-companheiro.
Ainda segundo os relatos, ela fazia tratamento contra depressão e também apresentava outros problemas de saúde, como hipertensão e doença cardíaca. O corpo foi encaminhado para exame necroscópico, que deve apontar a causa da morte.
A estimativa preliminar é que a morte possa ter ocorrido há cerca de três dias ou mais, período em que a criança teria permanecido sozinha dentro do imóvel.