Cachorro resgatado de maus-tratos é diagnosticado com 'doença do carrapato' e recebe transfusão de sangue

21/01/2025 10h50 Condição destrói hemácias e plaquetas do sangue, colocando a vida do animal em risco.
Por: g1, Paulicéia - SP
Cachorro resgatado de maus-tratos é diagnosticado com 'doença do carrapato' e recebe transfusão de sangue Cão resgatado de maus-tratos em Paulicéia (SP) recebe transfusão de sangue — Foto: Polícia Civil

O cachorro vítima de maus-tratos resgatado pela Polícia Civil, em parceria com uma Organização Não-governamental (ONG) de proteção animal, em Paulicéia (SP), precisou de uma transfusão de sangue para sobreviver, após ter sido diagnosticado com Erliquiose Canina, conhecida como "doença do carrapato".

A iniciativa de salvar o cão foi conduzida pela delegada Anna Carolina Aguero Mazzo, que organizou uma campanha de arrecadação virtual com o apoio de policiais civis e da comunidade para custear o tratamento veterinário.

A transfusão de sangue foi realizada neste sábado (18), um dia após o resgate do cão, que havia sido encontrado acorrentado no quintal de uma residência, no bairro Porto, exposto à chuva, infestado de carrapatos e em avançado estado de desnutrição.

Segundo a Polícia Civil, exames confirmaram que o animal desenvolveu Erliquiose Canina em estágio avançado, uma condição que destrói hemácias e plaquetas do sangue, colocando sua vida em risco. O cão segue internado em uma clínica veterinária, em Panorama (SP), e em cuidados intensivos para recuperação do quadro de saúde.

No momento do resgate, o tutor do animal não estava no local.

No entanto, diante das evidências do crime de maus-tratos, a Polícia Civil ingressou na área externa da residência para resgatar o cão, que foi imediatamente encaminhado aos cuidados da ONG parceira.

Segundo a polícia, o tutor já foi identificado e será notificado para prestar esclarecimentos na delegacia e poderá responder pelo crime de maus-tratos, previsto no parágrafo 1º-A, do artigo 32, da lei federal nº 9.605/98.

A polícia ainda salientou que a pena para esse tipo de crime inclui reclusão, de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda, especialmente em casos que envolvem sofrimento ou crueldade extrema.

'Desafios cruciais'

A delegada da Polícia Civil Anna Carolina Aguero Mazzo ressaltou ao g1 que ainda existem dois "desafios cruciais" a serem superados no enfrentamento de problemas relacionados a maus-tratos e abandono de animais.

"É preciso superar dois desafios cruciais: o primeiro é o medo que as pessoas sentem de denunciar maus-tratos, o que resulta em situações que só são reveladas quando os danos aos animais já são irreversíveis; o segundo desafio é a conscientização de que animais não são objetos descartáveis, pois muitas pessoas adotam filhotes com boas intenções, mas, à medida em que o animal cresce ou o custo para mantê-lo aumenta, acabam abandonando-o", pontuou.

"Para combater esses problemas, é essencial a participação ativa de todos na proteção dos animais, entendendo que a responsabilidade sobre eles vai além da adoção, sendo um compromisso contínuo com o bem-estar e a dignidade deles como seres vivos que são", enfatizou.

Ela ainda destacou ao g1 que a campanha de ajuda ao cachorro resgatado em Paulicéia foi "extremamente positiva".

"A mobilização para arrecadar os recursos necessários ao tratamento foi extremamente positiva, destacando-se o apoio de muitas pessoas, que contribuíram com doações ou compartilhamentos, especialmente os policiais civis da nossa região. Esse engajamento reforça o papel fundamental da comunidade no enfrentamento dos problemas que envolvem maus-tratos e abandono de animais. Contudo, acho importante ressaltar que esse é um caso dentre tantos outros com que tenho me deparado em nossa região", afirmou a delegada.

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