As estatais federais registraram déficit de R$ 6,35 bilhões no acumulado de janeiro a outubro de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O resultado já se aproxima do pior desempenho da série histórica, registrada em 2024.
O prejuízo ocorre quando os gastos das empresas superam as receitas e é puxado principalmente pelos Correios, que enfrentam grave crise financeira. Somente no primeiro semestre de 2025, a estatal já ultrapassou R$ 4 bilhões em perdas, após fechar 2024 com déficit superior a R$ 2,5 bilhões. Caso não haja mudanças, o rombo pode chegar a R$ 10 bilhões até o fim deste ano e atingir R$ 23 bilhões em 2026.
O levantamento do Banco Central não inclui Petrobras, Eletrobras e bancos públicos, mas considera empresas como Correios, Infraero, Casa da Moeda, Serpro, Dataprev e Hemobrás. O cálculo é feito com base na variação da dívida das estatais, critério adotado internacionalmente em análises fiscais.
Diante da situação, os Correios aprovaram um plano de reestruturação voltado à recuperação financeira e modernização do modelo de gestão, que prevê inclusive a captação de R$ 20 bilhões junto a um consórcio de bancos. O governo federal afirmou que não pretende privatizar a empresa.
Além disso, a Eletronuclear solicitou ao Tesouro Nacional um aporte de R$ 1,4 bilhão para manutenção e investimentos nas usinas de Angra.