Grupo de mães de alunos de escolas particulares reivindica a volta às aulas presenciais em Osvaldo Cruz

02/02/2021 06h07 A reportagem do Portal Metrópole de Notícias conversou com representantes do grupo ‘Mães pela Educação Ocz’.
Redação - Acally Toledo, Osvaldo Cruz - SP
Grupo de mães de alunos de escolas particulares reivindica a volta às aulas presenciais em Osvaldo Cruz .

Por conta da pandemia de Covid-19, desde março do ano passado as crianças vivem a realidade das aulas online ou remotas para conter a transmissão e disseminação do novo coronavírus.

Segundo atualização do Plano SP, as escolas particulares de todo o estado estariam liberadas para o retorno das aulas presenciais a partir desta segunda-feira (1º), desde que seguindo todos protocolos de proteção contra a Covid-19. Porém, em Osvaldo Cruz, essa retomada de aulas presenciais não pode acontecer. Um decreto assinado pela Prefeita Vera Lúcia Alves, o 4555/2021, suspende pelo menos até o dia 1º de março a retomada de aulas presenciais em escolas do Município de Osvaldo Cruz.

Com essa decisão, um grupo de mães de escolas particulares de Osvaldo Cruz começou uma movimentação para que seus filhos tenham o direito de retornar às aulas presenciais em colégios que se prepararam e estão aptos a receber alunos, seguindo todas as medidas de segurança propostas pelos órgãos de saúde.

A reportagem do Portal Metrópole de Notícias falou com Nathália Matos, uma das mães que encabeçam o grupo ‘Mães pela Educação Ocz’, que destacou que as crianças estão sendo prejudicadas com a suspensão da retomada das aulas presenciais. “O grupo surgiu após o decreto da prefeitura, quando foi suspensa a retomada das aulas. Em conversa com algumas mães, tivemos relato de crianças que passaram a ter doenças, como transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, depressão, obesidade, e com isso nos perguntamos o que nós, como mães, poderíamos estar fazendo por essas crianças. Afinal são quase 11 meses de escolas fechadas e muitos problemas foram surgindo com as crianças. Juntamos algumas mães e rapidamente essa ideia foi se espalhando. Conseguimos marcar reuniões, fomos ouvidos por alguns vereadores e no dia 29 de janeiro lançamos um abaixo assinado, onde conseguimos quase 500 assinaturas, e nesta segunda-feira (01), protocolamos um ofício para o Ministério Público com cópia para a Prefeitura, para que a gente possa ter respostas ao nosso questionamento.”, disse.

Liliana Martos Nicoletti Toffoli, mais uma mãe que faz parte do grupo, também falou com a reportagem do Portal Metrópole de Notícias. “Nós vamos lutar pelos nossos filhos, nosso grupo surgiu baseado no relato dos transtornos infantis, relato de mães que estão no dia a dia com seus filhos e priorizam a saúde e a vida dos seus filhos. Chegou um momento em que a gente precisava dar voz aos nossos filhos, porque eles não entendem como a educação vai fazer falta pra eles no futuro. Eu sou mãe, sou professora universitária, sou profissional da área da saúde e eu vivenciei dentro da minha casa a falta da escola no convívio social das minhas filhas, eu pude ver em 11 meses uma regressão enorme. Muita gente fala que educação se recupera, mas se recupera em até um ano e pouco e nós estamos passando desse momento. Temos um vírus que é altamente contagioso, ele vai sofrer mutações, vamos vacinar esse ano, ano que vem teremos vacinação, mas não temos data para pandemia acabar. Nós vamos esperar quanto tempo com essas crianças aumentando o risco de doenças mentais e psicológicas?”.

Nathália Matos também falou sobre como seria essa volta às aulas de maneira presencial e disse ainda que a volta seria opcional para os pais que não queiram mandar seus filhos para a escola. “Precisamos deixar claro que a volta seria gradual e opcional. Devemos respeitar os pais que não querem atividades presenciais, mas também devemos ser respeitados por priorizarmos a educação dos nossos filhos, a nossa luta é para ter o direito, seguindo o Plano SP que hoje estamos na Fase Vermelha, teríamos o direito das escolas abertas com 35% da sua capacidade. Durante a Fase Vermelha e Laranja aulas presenciais com 35% da capacidade da escola, na Fase Amarela retomada com 70% da capacidade, então que fique bem claro que a retomada das aulas não vai ser 100% e acreditamos que vai demorar muito tempo para voltar 100%. As escolas não vão voltar com a carga horário completa, temos estudos de escolas particulares, que dia sim dia não as crianças iriam pra escola e na nossa realidade isso, pro psicológico da criança, já seria extremamente importante. A criança vai poder ir para escola, vai ter o convívio com os amigos, sair do ambiente da tela do computador, vai fazer total diferença. Conversando com pediatras e psicólogos tivemos confirmação de que isso vai mudar a realidade das crianças até com o ensino remoto, vai mudar a visão das crianças com o ensino remoto. As crianças estão de saco cheio, não aguentam mais uma tela de computador, antes da pandemia o que a gente mais via eram estudos que mostravam que mais de 2 horas em frente a uma tela de computador era prejudicial pra saúde da criança, então como agora queremos exigir que uma criança fique 5 horas na frente de um computador.”.

A mãe representante do grupo falou ainda que foi enviado um ofício ao Ministério Público com questionamento também sobre prazos para início das aulas presenciais nas escolas públicas. “No nosso ofício há um questionamento que se as escolas particulares estão ok, retomam as atividades presenciais. Se as escolas públicas não estão ok, o que está sendo feito para que estejam aptas a receber alunos e qual o prazo. Temos que ter prazos. Então, pais, mães, tutores que queiram acompanhar nossa luta, vamos deixar o @mãespelaeducaçãoocz no Instagram que estamos alimentando com informações importantes sobre como seria essa retomada. Nosso intuito não é mudar a opinião de quem tem uma realidade diferente e quer manter o filho no estudo remoto. Nosso intuito é dar direito aos pais que querem mandar seu filho pra escola, para que esses pais também tenham esse direito. Como foi falado muito pelos promotores e pela prefeitura é a questão de igualdade, assim as escolas que estão aptas reabrem e as que não estão, vamos lutar também. A luta não é só pelas escolas particulares. Convidamos os pais, para que sigam a nossa página e nela tem o link para nosso abaixo assinado. Nossa luta é pelas crianças e pela educação. Vamos cobrar, como mães como sociedade, temos que cobrar que as escolas estejam aptas para receber os alunos.”, finalizou.

Plano de Retomada de aulas presenciais

De acordo com o plano de retomada de aulas feito pelo governo do estado de São Paulo, o ensino deve acontecer em esquema de rodízio e continuar de forma híbrida com aulas virtuais, uma vez que a capacidade foi limitada a 35% de alunos por sala. Também é obrigatório o uso de máscaras, aferição de temperatura, oferta de álcool gel e a manutenção de distanciamento social.

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