Abertura das Olimpíadas 2020: horário, data e como assistir

22/07/2021 16h21 Cerimônia no Estádio Olímpico de Tóquio não terá a presença do público em geral por conta da pandemia da Covid-19, já que a cidade japonesa está em estado de emergência.
Por Globo Esporte, Japão
Abertura das Olimpíadas 2020: horário, data e como assistir Fogos de artifício são lançados durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão. (Foto: Stefan Wermuth / Reuters)

Lá se foram cinco anos desde que os Jogos Olímpicos do Rio foram encerrados. A expectativa era que em 2020 Tóquio recebesse a próxima edição, mas uma pandemia assolou o mundo com a Covid-19 e tudo foi cancelado no ano passado. Depois de um ano, o Japão - mesmo em meio a protestos e críticas da população - recebe os Jogos que ficarão para sempre marcados pela crise sanitária no mundo. Nesta sexta-feira, dia 23, a partir de 8h (de Brasília), a maior competição esportiva do planeta terá seu início oficial com a cerimônia de abertura.

O Estádio Olímpico de Tóquio, recém-construído no mesmo lugar do estádio que recebeu a cerimônia dos Jogos de 1964, não terá a presença do público em geral, mas receberá mais de 11 mil atletas de 206 nações, prometendo bastante emoção.

Na TV Globo, a transmissão começa ao vivo às 7h45h, com a narração de Galvão Bueno, acompanhado dos comentários de Marcos Uchoa, Daiane dos Santos, Fabi e Flávio Canto.

Seguindo a tradição, a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio será composta por pela programação artística - sempre mantida em sigilo -, o desfile das delegações, o acendimento da pira olímpica, e a liberação simbólica das pombas da paz.

Confira abaixo algumas informações para acompanhar a cerimônia de abertura:

Como assistir a cerimônia de abertura?

O SporTV transmite a cerimônia com início às 8h, mas desde às 7h já estará com a transmissão ao vivo no aquecimento para o evento. A narração ficará a cargo de Luiz Carlos Jr., com os comentários de Marcelo Barreto, Bernardinho, Hortência e Nalbert.

O repórter Carlos Gil participa das duas transmissões direto do Estádio Olímpico. Todos os horários citados têm Brasília como referência. O telespectador ainda pode acompanhar a cerimônia de abertura das Olimpíadas via Globoplay e ge.

Onde será realizada a cerimônia de abertura?

O Estádio Olímpico será o palco da cerimônia de abertura dos Jogos de Tóquio na sexta-feira, e foi inaugurado em dezembro de 2019 em meio a uma série de críticas pelo custo que chegou a US$ 1,5 bilhão, mais de R$ 5 bilhões na cotação da época. O antigo estádio no mesmo local foi demolido para a reconstrução de um novo.

A capacidade do Estádio Olímpico é para 68 mil pessoas, mas não contará com a presença do público por conta da pandemia da Covid-19. No entanto, além dos artistas e produção envolvidos no espetáculo, haverá um grupo de cerca de 10 mil diplomatas, dirigentes estrangeiros, patrocinadores e membros do Comitê Olímpico Internacional.

Localizado no centro de Tóquio, o Estádio Olímpico apresenta um formato oval, com design de treliça de madeira que evoca os estilos tradicionais que aparecem nos santuários japoneses. O telhado é de madeira e aço. O estádio pretende se misturar com o parque que o circunda e “restaurar a ligação que Tóquio perdeu com a natureza”.

Quem planejou a cerimônia de abertura?

Uma série de mudanças aconteceu na equipe criativa da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio por conta do adiamento do evento em um ano. Em dezembro de 2020, o time de sete pessoas antes comandado pelo renomado ator japonês Mansai Nomura agora deu lugar a Hiroshi Sasaki.

Sasaki ajudou a produzir a cerimônia de passagem de bastão dos Jogos do Rio-2016 para os Jogos de Tóquio, marcada pela aparição do então primeiro-ministro japonês Shinzo Abe como o personagem dos videogames Mario Bros. Mas a trajetória de Sasaki durou pouco. Ele renunciou ao cargo menos de três meses depois, após grande pressão popular depois de fazer um comentário gordofóbico sobre a atriz e comediante Naomi Watanabe, popular no Japão.

Com mais uma mudança, coube ao italiano Marco Balich assumir a direção da cerimônia. Ele é o produtor executivo em parceria com a empresa de publicidade japonesa Dentsu. Balich tem larga experiência na produção de cerimônias olímpicas, e fez parte do time da Rio-2016. Ele já disse que a pandemia da Covid-19 será lembrada na cerimônia de abertura em Tóquio.

- Com certeza a cerimônia olímpica, que é uma janela de toda a humanidade, terá que refletir de alguma forma ou referenciar de alguma forma o que aconteceu.

A polêmica mais recente foi que o diretor da cerimônia, Kentaro Kobayashi, pediu demissão do cargo na véspera do evento. Kobayashi fez piada com Holocausto em 1998, e o episódio veio a tona em um vídeo. O anúncio de sua saída foi dado pela presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto.

- Kobayashi disse que, no passado, fez coisas não apropriadas na época. Em seu pedido de demissão, ele disse: “De fato quando eu olho pra essa situação eu compreendo que não tenha feito rir muita gente fiz troça de fatos históricos. Hoje, sei que devo apresentar minhas desculpas, muitas pessoas se sentiram incomodadas.” Ele pediu demissão, e aceitamos esse pedido. - Afirmou Hashimoto em um pronunciamento oficial

O que podemos esperar da cerimônia de abertura?

O Comitê Organizador de Tóquio definiu uma "Política Básica" para o conceito geral dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio que cita “paz, coexistência, reconstrução, futuro, Japão e Tóquio, atletas, envolvimento e entusiasmo” como os temas centrais a serem destacados durante as cerimônias de abertura e encerramento.

Conforme determina a Carta Olímpica, a cerimônia de abertura combinará procedimentos cerimoniais formais com um programa artístico que mostrará a história e a cultura do Japão.

Entre os aspectos cerimoniais estão a entrada do chefe de estado japonês Yoshihide Suga, uma apresentação do hino nacional do Japão, o desfile dos atletas - que deverá ser diferente por conta do isolamento -, o lançamento simbólico dos pombos da paz, a abertura dos Jogos por Suga, além do levantamento da bandeira olímpica e a execução do hino olímpico, assim como a prestação do juramento olímpico por um atleta, o juramento olímpico por um oficial, o juramento olímpico por um técnico e o revezamento da chama olímpica e o acendimento da pira olímpica.

Os detalhes do programa artístico geralmente são mantidos em segredo até o dia da apresentação, mas, como já pôde ser visto no encerramento dos Jogos do Rio-2016, Tóquio deve contar com milhares de artistas vestidos com trajes complexos, cenários elaborados, música espetacular e números de dança e aparições de renomadas celebridades japonesas.

Quem participará da cerimônia de abertura?

A delegação brasileira terá dois porta-bandeiras na cerimônia, já que o COI decidiu usar casais para promover a igualdade de gênero. Serão dois medalhistas olímpicos. A judoca Ketleyn Quadros, bronze em Pequim-2008, estará ao lado do medalhista de ouro na Rio-2016 Bruninho, jogador do vôlei de quadra - que tem mais duas pratas olímpicas no currículo.

A delegação brasileira tem 302 atletas e, ao contrário de edições anteriores onde costumava ser uma das primeiras a desfilar por ordem do alfabeto inglês, dessa vez será a 151ª a entrar levando em conta o alfabeto japonês. Seguindo a tradição, como o país de origem das Olimpíadas, a Grécia entrará primeiro, e o Japão, como sede, será o último país a desfilar.

Ainda há a possibilidade de poucos atletas efetivamente desfilarem, com a maioria sendo mantida sentada para evitar maiores aglomerações. O time Brasil anunciou que o país vai desfilar com apenas quatro representantes, o número mínimo exigido. Além de Bruninho e Keleyn, vão representar o Brasil o Chefe de Missão Marco La Porta e mais um oficial administrativo.

Mas além dos atletas, a cerimônia de abertura contará com representantes políticos dos países participantes. O presidente Jair Bolsonaro e seu vice Hamilton Mourão não irão à cerimônia de abertura dos Jogos de Tóquio. O representante do governo brasileiro no Japão será o ministro da Cidadania, João Roma.

Qual é a história da cerimônia de abertura das Olimpíadas?

Desde os primeiros jogos modernos, em Atenas, em 1896, a cerimônia de abertura é parte integrante do evento. Ela representa o início oficial dos Jogos Olímpicos e oferece ao país anfitrião a oportunidade de mostrar para o mundo sua identidade nacional.

"O protocolo e o esplendor das cerimônias olímpicas, que vão de mãos dadas com a celebração dos Jogos como todos os conhecem hoje, tornam este evento único e inesquecível", diz a Carta Olímpica.

No entanto, a Carta também observa que a cerimônia de abertura dos Jogos de hoje está a léguas de distância do que aconteceu em Atenas há mais de 120 anos, e que alguns elementos do protocolo da cerimônia só foram estabelecidos aos poucos ao longo do tempo.

Por exemplo, enquanto Pierre de Coubertin, fundador do Comitê Olímpico Internacional, imaginou originalmente as Olimpíadas modernas como uma celebração de conquistas atléticas e artísticas, com o atletismo tendo sido a principal modalidade dos Jogos, a parte do programa artístico da cerimônia de abertura continuou aumentando.

O Japão será o primeiro país asiático a receber duas edições dos Jogos Olímpicos. O evento já aconteceu no país em 1964, quando a cerimônia foi aberta pelo Imperador Hirohito, em evento com a presença de 5.151 atletas de 93 nações. O momento mais icônico foi a entrada no estádio do jovem Yoshinori Sakai, então com 19 anos, nascido em Hiroshima em 6 de agosto de 1945, mesmo dia em que a bomba atômica foi detonada sobre a cidade.

A cidade de Tóquio já tinha conquistado o direito de realizar os Jogos em 1940, mas a invasão da China pelo Japão os transferiu para Helsinque, na Finlândia. Depois, com a eclosão da II Guerra Mundial em 1939, os Jogos de 1940 foram cancelados.

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