O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de extrema direita, afirmou nesta quarta-feira que a Faixa de Gaza representa uma oportunidade econômica, chamando-a de “mina de ouro” imobiliária. Ele declarou estar em negociações com os Estados Unidos sobre como dividir o território após a guerra, afirmando que a demolição inicial já foi feita e que agora seria a hora de reconstruir.
Smotrich apresentou o plano em uma conferência em Tel Aviv, defendendo que o projeto de reconstrução e divisão do enclave teria até aprovação do presidente americano, Donald Trump. Ele já havia feito declarações semelhantes em 2023, propondo anexar Gaza a Israel, reconstruir assentamentos antigos e realocar parte da população palestina.
As declarações vão na contramão da posição da União Europeia, que reafirmou o compromisso com a solução de dois Estados e propôs sanções contra autoridades israelenses, incluindo Smotrich. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, pediu cessar-fogo imediato, acesso humanitário irrestrito e a libertação de reféns mantidos pelo Hamas.
Enquanto isso, Israel abriu uma rota temporária de passagem para civis palestinos saírem da Cidade de Gaza, que antes abrigava quase um milhão de pessoas. A ofensiva terrestre do Exército israelense já provocou mortes e um êxodo de moradores, embora muitos relatem que não há local seguro para se refugiar.
A ONU alerta para um possível genocídio em Gaza, citando deslocamentos forçados, enquanto Israel rejeita os relatórios, acusando-os de parcialidade. Historicamente, planos de anexação e realocação da população palestina por Smotrich e Trump já vinham sendo discutidos, incluindo propostas de reconstrução da região sob controle americano e pagamento a parte da população para se mudar permanentemente.