Presente no calendário do Ministério da Saúde, o mês de janeiro é dedicado aos cuidados com a saúde mental, com o tema “A Vida Pede Equilíbrio”.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os índices de pessoas com transtornos mentais, principalmente depressão e ansiedade aumentaram consideravelmente nos últimos anos.
A pandemia de Covid-19 contribuiu ainda mais para o agravamento deste quadro e fatores como a mudança na rotina, o isolamento social, o medo da infecção, as preocupações econômicas, bem como a readaptação no processo de retorno às atividades aumentaram o sofrimento mental. Desta forma, falar de saúde mental torna-se imprescindível.
A reportagem do Portal Metrópole de Notícias convidou o médico com especialização em psiquiatria, Dr. Marcelo Cabrini de Campos para falar sobre o assunto. O profissional começou falando sobre o papel do médico psiquiatra no contexto. “A função do médico psiquiatra é através de conversas com seu paciente, de ouvir os sintomas e queixas do paciente, detectar qual é o problema, o transtorno, as dificuldades emocionais da pessoa, e com o diagnóstico passar os medicamentos que irão ajudá-lo, e assim proporcionar um retorno do equilíbrio emocional, um retorno as atividades normais, para que ela volte a ter uma melhor qualidade de vida.”, disse.
Pessoas com alteração de humor, com tristeza, transtorno de sono, ansiedade, crises de choro são motivos de alerta.
O médico falou ainda sobre o preconceito com relação a psiquiatria e outras áreas que cuidam da saúde mental. Segundo ele, isso ainda existe pois as pessoas associam a questões da loucura, quando na verdade é um contexto muito mais amplo. “Isso porque antigamente as opções terapêuticas e de medicamentos eram muito restritas, onde entravam apenas nos casos mais graves, mas hoje existem medicamentos e tratamentos que ajudam as pessoas em inúmeros casos como depressão, ansiedade, ajudando-as a terem uma qualidade de vida muito melhor. Mas felizmente esse preconceito está acabando, pois, as pessoas sabem que podem buscar essa ajuda e viver melhor, sem um sofrimento perigoso por causa de algo que não faz sentido.”, comentou o entrevistado.
Dr. Marcelo Cabrini também falou sobre o agravamento das doenças mentais por conta da pandemia de Covid. “O pós-pandemia trouxe números preocupantes, houve sim um agravamento nos casos e na quantidade de problemas nessa área, e segundo a Organização Mundial de Saúde, o problema foi global com um aumento de 25% de pessoas que tiveram que procurar uma ajuda com profissionais que cuidam de saúde mental. As perdas de entes queridos, sendo que algumas famílias perderam dois, três membros por conta da doença, além de amigos, colegas de trabalho, do círculo de amizades, também são motivadores de sofrimentos e problemas de saúde mental.”.
Vale a pena destacar que existem situações que ligam o sinal de alerta das pessoas para que procurem ajuda de um profissional, e quando mais cedo melhor para evitar um agravamento da qualidade de vida do paciente.
Toda vez que a pessoa não estiver se sentindo bem, com alteração de humor, tristeza na maior parte do tempo, ansiedade, preocupação que está atrapalhando a realização das tarefas, perda de foco, concentração, dificuldade de dormir, perda de apetite, pânicos, crises de choro, muito stress, procure imediatamente um profissional.
O médico Dr. Marcelo Cabrini de Campos, com especialidade em psiquiatria, falou de formas de se evitar os problemas de saúde mental. “É possível fazer algumas coisas para prevenir, como uma alimentação saudável, uma boa qualidade de sono, pratica de exercícios físicos, ter lazer, um hobby e viver sempre no presente, sem ficar pensando em coisas que ficaram no passado, sem ficar criando preocupações com coisas futuras, pois isso gera angustia, ansiedade. Lembrando que quando criar metas, pense coisas que são reais, possíveis de acontecerem, ou seja caminhar com os pés no chão e também se sentir útil, fazendo sempre algo em prol do seu semelhante, o que pode trazer uma grande sensação de bem estar. A dica final é sempre conversar com pessoas próximas e de confiança, procurando desabafar e procurar ajuda, nunca ficar guardando as angustias dentro de si.”, finalizou.