O jogo que não acabou: Anvisa interrompe partida, e Brasil x Argentina é suspenso

05/09/2021 20h19 Clássico é paralisado em função do descumprimento de regras sanitárias por quatro jogadores argentinos.
Por Globo Esporte, São Paulo - SP
O jogo que não acabou: Anvisa interrompe partida, e Brasil x Argentina é suspenso Anvisa interrompe Brasil x Argentina. (Foto: Amanda Perobelli / REUTERS)

Este domingo, 5 de setembro de 2021, reservou um Brasil x Argentina para a história. Mas não por causa da bola. O clássico na Neo Química Arena, em São Paulo, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, foi suspenso pela arbitragem depois de agentes da Anvisa e da Polícia Federal paralisarem a partida ainda no primeiro tempo. O motivo: quatro jogadores argentinos violaram regras sanitárias ao entrar no país sem comunicar que passaram pela Inglaterra, onde jogam. Eles deveriam ter feito quarentena, medida preventiva à disseminação da Covid-19.

E agora?

A Conmebol, em comunicado, disse que a competição é organizada pela Fifa e que a entidade decidirá os próximos passos depois de sua Comissão Disciplinar receber um informe do árbitro e do delegado da partida. Não há informações confirmadas sobre nova data ou eventual perda de pontos para alguma das seleções. O jogo estava 0 a 0 quando foi suspenso.

O quarteto

Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero são os jogadores protagonistas da confusão. Todos jogam na Premier League. Ao entrar no Brasil na sexta-feira, eles declararam não ter pisado no Reino Unido nos últimos 14 dias.

Confusão

A entrada dos agentes em campo quase virou confusão com jogadores argentinos. Um deles se estranhou com o zagueiro Otamendi.

"Por que não autuaram antes?"

Minutos depois de o jogo ser paralisado, Messi voltou ao gramado, já sem camisa de jogo, e conversou com jogadores brasileiros e o técnico Tite. Em dado momento, questionou: "Por que não autuaram antes?"

CBF critica a Anvisa

O presidente em exercício da CBF, Ednaldo Rodrigues, criticou a ação da Anvisa de paralisar a partida entre Brasil e Argentina. "A Anvisa extrapolou nas suas decisões, poderia ter evitado tudo antes", disse o dirigente.

Bronca argentina

Não foram só os jogadores: a imprensa argentina também criticou o Brasil pela situação. "Papelão mundial brasileiro", escreveu o jornal "Olé".

O clássico virou treino

De um dos maiores clássicos do planeta, fez-se um treino. Depois de suspensa a partida, o técnico Tite decidiu fazer um treinamento no gramado.

Um trecho da discussão entre um membro da organização de Brasil x Argentina e um agente da Anvisa mostra que houve a tentativa de resolver no intervalo o problema envolvendo quatro jogadores argentinos que atuam na Inglaterra e não cumpriram a quarentena necessária antes de entrarem no país para o duelo deste domingo, na Neo Química Arena.

"Doutor, a gente está na televisão! A gente não pode fazer isso! A gente tem que jogar! A gente no intervalo vai fazer a substituição, dou minha palavra para o senhor. No intervalo nós vamos resolver!", diz um representante da organização da partida.

"Senhor, estou cumprindo uma ordem. Traga eles aqui agora. Eles assinam, vocês continuam e depois negociam com a Polícia, que vai decidir", rebate o oficial da Anvisa.

Depois disso, os agentes entraram em campo (um deles se estranhou com o jogador Otamendi, da Argentina), e o jogo acabou suspenso. A intenção era retirar quatro jogadores: o goleiro Emiliano Martinez, os meias Emiliano Buendia e Giovani Lo Celso e o zagueiro Cristian Romero. Destes, três eram titulares, e apenas Buendia era reserva.

Em nota oficial publicada na noite deste domingo, a Anvisa explicou que os quatro prestaram informações falsas na chegada ao Brasil e diz que teve sua atuação "protelada" já na Arena.

– Na manhã deste domingo, a Anvisa notificou a Polícia Federal, e até a hora do início do jogo envidou esforços, com apoio policial, para fazer cumprir a medida de quarentena imposta aos jogadores, sua segregação imediata e condução ao recinto aeroportuário.

"As tentativas foram frustradas, desde a saída da delegação do hotel, e mesmo em tempo considerável antes do início do jogo, quando a Anvisa teve sua atuação protelada já nas instalações da arena de Itaquera", diz trecho da nota.

A AFA, Associação de Futebol da Argentina, também manifestou posição semelhante.

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