A Federação Paulista de Futebol (FPF) se pronunciou nesta quarta-feira, por meio de nota, sobre dois casos relatados de racismo no Campeonato Paulista da Segunda Divisão – quarto patamar estadual. Atletas de duas equipes, em jogos diferentes, alegaram que foram ofendidos na rodada de abertura da competição.
– A Federação Paulista de Futebol repudia veementemente episódios de racismo e também de outros crimes de ódio e intolerância. Denúncias recebidas pela FPF, além de investigadas pelo Tribunal de Justiça Desportiva e autoridades, são encaminhadas também ao Comitê de Integridade da FPF, órgão criado em 2016 formado por membros da entidade e de autoridades ligadas à Justiça Desportiva, polícias e Ministério Público.
A nota foi enviada à TV Fronteira, afiliada Globo na região de Presidente Prudente. Um dos casos foi relatado pelo goleiro João Pantaneiro, do Osvaldo Cruz, na vitória de 1 a 0 sobre a Santacruzense, em Santa Cruz do Rio Pardo. O outro, por representantes do Assisense, na derrota de 3 a 1 para o Itararé, em Assis. Os dois jogos foram válidos pelo mesmo grupo, o 2, e realizados no último domingo.
João Pantaneiro quis deixar a partida ao longo do segundo tempo. Ele disse ao árbitro, que colocou na súmula, e em entrevistas ao ge e à TV Fronteira, ter sido chamado de "preto" e "africano" por parte da torcida.
No duelo do Assisense, a agressão teria partido de um jogador do time visitante, que durante uma discussão, teria falado palavras de cunho racista contra o volante Neto. Um boletim de ocorrência foi registrado pelo clube.
Ofensas racistas na elite do futebol
Dois casos ocorreram na Libertadores, na última terça-feira. Um torcedor argentino imitou macaco durante o jogo Corinthians x Boca Juniors, na Neo Química Arena, foi detido e pagou fiança. O meia-atacante Willian criticou a impunidade, e um torcedor do Boca usou emoji de macaco em foto com o argentino detido em SP. Na Argentina, torcedores do Bragantino foram alvo de ofensas racistas em partida contra o Estudiantes.