Paz em Casa é o tema central da 5ª edição do Setembro Amarelo em Adamantina

06/09/2021 08h51 Setembro é marcado pela discussão de temas, práticas e iniciativas de valorização à vida.
Por Siga Mais, Adamantina - SP
Paz em Casa é o tema central da 5ª edição do Setembro Amarelo em Adamantina Tema deste ano aborda a relação casa, lar e seus moradores, e o desavio em promover a paz no ambiente doméstico. (Foto: Divulgação)

Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio, iniciada no Brasil em 2015. Em Adamantina a iniciativa chega neste ano à sua quinta edição, tendo como mobilizadora e entusiasta a juíza de direito Ruth Duarte Menegatti, titular da 3ª Vara da Comarca local.

Ainda com as restrições e cuidados decorrentes da pandemia da Covid-19 – e mesmo com a retomada dos diversos setores da sociedade – essa condição de especial atenção dificulta a mobilização de grandes ações e amplo envolvimento das instituições, escolas e comunidade, como ocorreram em edições anteriores na cidade. Porém, não limita a discussão e a sensibilização para o núcleo central da campanha, de prevenção ao suicídio e valorização da vida.

Nesse contexto, diante de todas as novidades nas interações sociais impostas pela pandemia, sobretudo de isolamento e distanciamento social, a permanência por mais tempo em casa em razão das restrições seja para trabalho e estudos, o ambiente da convivência domiciliar pode aproximar e também distanciar, e ainda desencadear conflitos.

Todas essas condições, a própria doença pandêmica e perdas de familiares e amigos, os casos de desemprego e queda na renda familiar, os conflitos pessoais e domésticos, entre outros fatores, atingem sobretudo aqueles mais vulneráveis e fragilizados, podendo implicar em uma sobrecarga emocional que muitas vezes pode se tornar pesada e intransponível.

Essas recentes experimentações vivenciadas forçadamente pelas pessoas, na pandemia, foram trazidas pela magistrada na atual edição do Setembro Amarelo. Com o tema central “Paz em Casa”, ela propõe dois vieses de reflexão: “Comprometa-se com seu lar, lute por sua vida” e “Seu corpo é sua casa. Sua família é seu lar”.

Ela destaca que pelo momento vivenciado na sociedade, o tema deste ano aborda a relação casa, lar e seus moradores, e os reflexos e consequências decorrentes da pandemia. “Com tantas vidas que nós perdemos durante a pandemia, sem sombra de dúvidas esse Setembro Amarelo merece ser especial”, disse ao SIGA MAIS.

A partir de sua vivência profissional no Poder Judiciário, a juíza Ruth Menegatti identifica também o aumento nas demandam relacionadas a conflitos no ambiente doméstico, em diferentes níveis de agressão, em determinadas situações levando a fatalidades. “Com juíza venho percebendo o quanto os conflitos no ambiente doméstico cresceram de forma assustadora”, aponta.

Essa condição preocupante e desencadeadora de violência, no lar, motivou a também considerar esse tema no ambiente de discussão neste mês especial. Ela reitera dado já conhecido, de que o Brasil é o quinto país do mundo que mais mata mulheres. “Pensamos então em levantar essa questão, o direito a viver sem violência, junto com o Setembro Amarelo”, explica.

Para ela, essa situação de violência no lar desencadeia uma constatação inversa ao que seria um dos princípios desse espaço, de proteger as pessoas. “É muito conflitante imaginar que a residência ainda é um lugar inseguro e violento. Não só quanto à mulher, mas às crianças, idosos e animais. Precisamos modificar e transformar essa realidade”, comenta a magistrada.

Com todo esse contexto, e considerando as iniciativas mobilizadoras positivas e de alcance, realizadas nas edições anteriores do Setembro Amarelo, a juíza estimula que haja discussão sobre a atual realidade. “Fica o convite para essas reflexões a respeito do ambiente doméstico: em que pilares construímos a nossa casa, e se realmente estamos valorizando a nossa família e sustentando o nosso coração em valores éticos e reais”, questiona. “Somos convidados a juntos construir essa paz em casa. Muitos e fala da cultura da paz, mas ela não é pronta, e precisa da construção e da busca de todos nós”, encerra.

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