Acontece neste domingo (3) uma força-tarefa para a entrega de 70 mil máscaras aos 35 mil moradores de Adamantina, adquiridas pela Secretaria Municipal de Saúde, para tentar reduzir a circulação do novo coronavírus (Covid-19) entre os moradores locais. A cidade tem 8 casos positivos da doença e 8 aguardando resultados de exames.
Segundo informou o secretário municipal de saúde Gustavo Rufino, agora pela manhã, a entrega neste domingo contempla um lote inicial de 22 mil máscaras, e o restante deve ser distribuído no próximo fim de semana.
A mobilização a campo para a entrega das máscaras tem a participação de servidores públicos, Tiro de Guerra de Adamantina, Sabesp, entidades e parceiros, e deve percorrer a cidade para entregar um kit com duas máscaras, laváveis e reutilizáveis, para cada morador local.
O uso da máscara passou a ser obrigatório em Adamantina para todo morador em deslocamento pelas vias públicas, e que frequentam estabelecimentos essenciais autorizados a funcionar, como supermercados, farmácias, padarias e açougues, bancos, casa lotéricas e outros.
Essas empresas também são obrigadas fornecer e determinar o uso da proteção entre seus trabalhadores, e também não podem autorizar a entrada de consumidores sem as máscaras, sob pena de serem multadas. As definições que determinam o uso da máscara estão no decreto municipal N° 6.141, de 28 de abril de 2020.
As 70 mil máscaras que começam a ser distribuídas pela Secretaria Municipal de Saúde custaram R$ 154 mil aos cofres públicos, e foram adquiridas pela Prefeitura de Adamantina junto à indústria de confecções Portage, em caráter emergencial. Em publicação em sua rede social, o prefeito afirma que as máscaras foram adquiridas a preço de custo.
Outras 200 mil máscaras e 3 mil peças entre jalecos e aventais serão distribuídas aos profissionais de saúde. A produção desses itens foi viabilizada a partir da doação de empresas locais, entre as quais o Grupo Branco Peres, que adquiriram os materiais, enquanto a Portage cedeu a mão de obra. Cerca de 60 colaboradores da empresa foram alocados exclusivamente nessa linha de produção.
Quem não está em casa ou mora na zona rural
Conforme explicou o secretário municipal de saúde de Adamantina, a distribuição das máscaras acontece neste domingo e vai se estender no próximo fim de semana. Quem não estiver em casa, nessas duas situações, poderá, depois dessas duas fases, retirar as máscaras na sede do Fundo Social.
Quanto aos moradores da zona rural, a estratégia para atender esse público ainda está sendo definida e será divulgada oportunamente pela Secretaria Municipal de Saúde.
Médico de Adamantina fala sobre a doença e cuidados
Em vídeo publicado neste sábado (2) pelo Siga Mais, o médico Guilherme Bonadirman, que atua no Posto de Saúde da Rua 9 de Julho, perto do campus 1 da UniFAI, em Adamantina, faz um relato emocionado.
Até poucos dias atrás ele trabalhava em emergências no Rio de Janeiro (em UPAs da Baixada Fluminense).
Agora, atuando na cidade, ele fala sobre sua experiência nos atendimentos à Covid-19, no Rio de Janeiro, e sobre os desafios locais e orientações, para localidades como Adamantina e Lucélia, no enfrentamento à pandemia. Clque aqui e assista.
SP: Coronavírus provoca o dobro de mortes e casos em apenas dez dias
O número de mortes relacionadas ao novo coronavírus mais que dobrou no Estado de São Paulo em apenas dez dias. Neste sábado (2), são 2.586 óbitos, um aumento de 128% em comparação ao dia 22 de abril, quando havia 1.134 vítimas fatais da COVID-19 em SP.
Além disso, a mortalidade passou a ser verificada em 150 municípios, 50 a mais que dez dias atrás.
O número de pessoas infectadas praticamente duplicou, saltando de 15.914 para 31.174 casos (95% de aumento). Havia um ou mais casos de COVID-19 em 241 cidades, e agora já são 332.
Com a expansão da doença pelo território, o interior, litoral e Grande São Paulo passam a concentrar 35,7% dos óbitos (925 do total), um aumento superior a quatro pontos percentuais em dez dias, quando havia 569 mortes (31,3%).
Houve também crescimento de quase cinco pontos percentuais nessas regiões com relação aos casos, que agora possuem 37,4% do total (11.680), contra 32,8% (6.457) nesse mesmo intervalo de tempo.
Nos hospitais de SP há, hoje, 8,7 mil pacientes internados, somando 3.387 em UTI e 5.327 em enfermaria.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a COVID-19 neste sábado é de 66,2% no Estado de São Paulo e 87,5% na Grande São Paulo.
Perfil da mortalidade
Entre as vítimas fatais, estão 1.517 homens e 1.069 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 73,5% das mortes.
Observando faixas etárias subdividas a cada dez anos, nota-se que a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (645 do total), seguida por 60-69 anos (572) e 80-89 (407). Também faleceram 177 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo de idosos, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (346 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (202), 30 a 39 (100), 20 a 29 (25) e 10 a 19 (8), e um com menos de dez anos.
Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (60,1% dos óbitos), diabetes mellitus (43,6%), doença renal (11,7%), doença neurológica (11,5%) e pneumopatia (10,9%). Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática.
Esses fatores de risco foram identificados em 2.096 pessoas que faleceram por COVID-19 (81,1%) do total.
A relação de casos e óbitos confirmados por cidade pode ser consultada em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/.