Rede de Combate ao Câncer de Adamantina recebe toucas infantis, turbantes e tiaras feitos por reeducandas

16/12/2019 06h01 Materiais foram produzidos por reeducandas da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista.
Redação - Acally Toledo - Informações: Siga Mais, Adamantina - SP
Rede de Combate ao Câncer de Adamantina recebe toucas infantis, turbantes e tiaras feitos por reeducandas Representantes do Poder Judiciário, da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista e da Rede de Combate ao Câncer de Adamantina, na entrega das doações. (Foto: Siga Mais)

A Rede de Combate ao Câncer de Adamantina recebeu nesta quinta-feira (12) uma doação de materiais produzidos por reeducandas do regime semiaberto da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista. Foram doadas 120 peças, entre toucas e turbantes infantis e tiaras para adultos.

Outras instituições e hospitais da região, em Tupã, Dracena e Presidente Prudente também receberam kits produzidos pelas participantes do projeto "Polvo do Amor", que envolve um grupo de 30 presas. Foram produzidas cerca de 1.200 peças.

A entrega à Rede de Combate ao Câncer de Adamantina foi realizada pela diretora da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, Adriana Alkmin Domingues, acompanhada dos juízes Fábio Alexandre Marinelli Sola, titular da 1ª Vara da Comarca local e juiz auxiliar do Departamento de Execuções Criminais da 5ª Região Administrativa do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), responsável por acompanhar 11 presídios da região (Tupi Paulista a Osvaldo Cruz) e Ruth Duarte Menegatti, titular da 3ª Vara da Comarca de Adamantina e diretora do fórum local. A presidente da Rede, Radige Mostafa Spósito recebeu o grupo e as doações.

Segundo a diretora da unidade prisional, a atividade aconteceu dentro do projeto de incentivo à qualificação profissional desenvolvido na penitenciária, que recebeu o nome de "Polvo do Amor", com o objetivo de reproduzir uma iniciativa que nasceu em 2013 na Dinamarca, onde um grupo de voluntários decidiu fazer polvos de crochê para bebês prematuros sob cuidados em UTI neonatal, em um projeto chamado Spruttengruppen (The Danish Octo Project). Eles são os "pais" da ideia.

Adriana explica que durante um período  de 30 dias o grupo foi capacitado por uma colaboradora da equipe de agentes, Denise Bússola. Os materiais utilizados foram adquiridos com recursos de penas pecuniárias aplicadas pelo Poder Judiciário.  Ela detalha ainda a essência e o alcance do "Polvo do Amor", que consiste na produção de polvos com crochê, a partir de técnicas específicas. "Quando o Polvo é colocado na incubadora, o bebê tem contato com os tentáculos, que por sua vez lembram o cordão umbilical e o ambiente uterino da mãe. Comprovadamente, isso auxilia na recuperação dos bebês", destaca.

Outro ganho foi para as próprias reeducandas. "Houve quem não tinha nenhuma habilidade com agulha e hoje esse grupo enxerga uma oportunidade de, em liberdade, viver do artesanato", diz. "A iniciativa fomentou a autoestima, onde a reeducanda deixa de ser desacreditada e passa a se enxergar como pessoa", completa.

Polvos e acessórios

Com o sucesso na produção dos "Polvos do Amor", a atividade com as reeducandas foi ampliada para a produção de acessórios para crianças e adultos sob tratamento oncológico, o que permitiu produzir toucas, turbantes e tiaras.

A oficina durou 120 dias, o que permitiu produzir cerca de 1.200 peças, que agora chegam ao seu público final, já entregues na Rede de Combate ao Câncer de Adamantina e Tupã, ala pediátrica da Santa Casa de Dracena, UTI neonatal do Hospital Estadual de Presidente Prudente e Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente.

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