Em 10 anos, Oeste Paulista registra 15 acidentes aeronáuticos e seis mortes

11/08/2020 05h32 Casos aconteceram em 11 cidades. Levantamento do G1 revela que, do total de ocorrências na região de Presidente Prudente, três tiveram vítimas fatais.
Por G1, Dracena - SP
Em 10 anos, Oeste Paulista registra 15 acidentes aeronáuticos e seis mortes Em 10 anos, Oeste Paulista registra 15 acidentes aeronáuticos e seis mortes. (Foto: TV Fronteira / Renan Monteiro/Sipaer / Polícia Militar)

Um levantamento realizado pelo G1 junto ao Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) revela que, entre 2010 e a primeira semana de agosto de 2020, o Estado de São Paulo registrou 380 acidentes aeronáuticos. Deste total estadual, são 15 os que aconteceram no Oeste Paulista.

Dos acidentes aeronáuticos da região de Presidente Prudente (SP), três tiveram vítimas fatais, resultando no total de seis mortes, e um caso teve duas vítimas graves.

Os acidentes fatais foram registrados em:

Álvares Machado – uma morte, envolvendo um helicóptero

Marabá Paulista – quatro mortes, envolvendo um avião

Ouro Verde - uma morte, envolvendo um ultraleve

As 15 ocorrências aeronáuticas foram registradas em 11 cidades da região:

Álvares Machado

1. Foi em 4 de abril de 2015 com um ultraleve. O tipo da ocorrência foi “falha do motor em voo”.

Durante o voo, a aeronave apresentou uma pane no motor. Não sendo possível reacendê-lo, o piloto decidiu fazer um pouso forçado em um pasto na Estrada do Bela Vista.

Foi uma operação privada.

Os trabalhos relativos a esta ocorrência estão finalizados.

Não há informação sobre lesão no tripulante.

2. Foi em 20 de fevereiro de 2016 com um ultraleve. O tipo da ocorrência foi “falha do motor em voo”. Após a decolagem de Álvares Machado (SP) para Regente Feijó (SP), a aeronave apresentou falha do motor e o piloto realizou pouso forçado à frente.

O tipo de operação foi experimental.

Os trabalhos relativos a esta ocorrência estão finalizados.

O tripulante sofreu lesão considerada leve.

3. Foi em 16 de julho de 2020. O tipo da ocorrência foi registrado como “com lançamento de pessoas” e o tipo de operação foi “policial”.

O Helicóptero Águia, da Polícia Militar, decolou de um aeródromo da cidade para um voo local de treinamento de manobra para desembarque de tropa, com três tripulantes e quatro passageiros que passariam pelo treinamento de desembarque.

Após cerca de cinco minutos de voo, quando em aproximação final para o desembarque a baixa altura, a aproximadamente 10 metros de altura, um dos militares em treinamento caiu da aeronave. O policial que caiu da aeronave sofreu lesões fatais e os demais ocupantes saíram ilesos.

Não houve danos ao helicóptero.

As investigações sobre esta ocorrência estão em andamento.

O piloto saiu ileso e a aeronave sofreu danos substanciais.

O tipo de operação foi agrícola.

A investigação segue em andamento.

2. Foi em 1º de abril de 2011. O tipo da ocorrência foi “pane seca”.

O avião realizava um voo de pulverização. No circuito de tráfego para pouso, houve falha do motor obrigando o piloto a realizar pouso forçado em local não preparado. Após o pouso, o piloto saiu da aeronave por meios próprios e ileso.

O tipo de operação foi agrícola.

Os trabalhos relativos a esta ocorrência estão em andamento.

Dracena

Foi em 20 de maio de 2012. O tipo da ocorrência foi registrado como “colisão em voo com obstáculo” e o tipo da operação foi “instrução”.

O avião decolou do aeródromo de Tupi Paulista (SP), com destino ao aeródromo de Dracena (SP), para um voo de instrução com um instrutor e um aluno a bordo. Após 35 minutos de voo, durante a realização de treinamento de toque e arremetida (cinco procedimentos), o instrutor simulou uma pane de perda de potência na última arremetida. A aeronave perdeu altura, colidiu contra um fio de energia elétrica e, após percorrer, aproximadamente, 350 metros ainda em voo, chocou-se contra uma pequena elevação do terreno.

A aeronave teve danos substanciais no trem de pouso, nas asas, na fuselagem e na hélice, além de danos leves no motor. Houve o rompimento do fio de baixa tensão com o qual a aeronave colidiu em voo.

Os dois tripulantes sofreram ferimentos de natureza leve.

Os trabalhos sobre o caso já foram encerrados.

Junqueirópolis

Foi em 5 de abril de 2020. O tipo da ocorrência, envolvendo um avião, foi classificado como “indeterminado”. A aeronave foi encontrada carbonizada em área de cultiva de cana em Junqueirópolis (SP). O avião ficou destruído e não há informações sobre lesões a pessoas.

A investigação está em andamento e ainda não foi possível identificar o tipo de operação que era realizada com a aeronave.

Marabá Paulista

Foi em 1º de outubro de 2011 e o acidente foi classificado como “perda de controle em voo”, em uma operação privada. A investigação está finalizada

O avião decolou às 22h08 do aeródromo de Ponta Porã (MS) com destino a um aeródromo em Campinas (SP) com dois pilotos e dois passageiros a bordo.

Às 22h32, o piloto fez uma comunicação via rádio e informou que prosseguia para pouso no aeródromo da cidade por haver uma pessoa passando mal a bordo e por ter encontrado ventos fortes em rota. Três minutos e meio após, o rádio tentou contato com a aeronave, mas sem sucesso.

Não houve solicitação de prioridade para pouso ou reporte de situação anormal com relação ao funcionamento da aeronave, o que denota que a condição meteorológica era a única variável presente na decisão de pousar.

Os fatores apurados permitem supor que, durante o deslocamento, pelo fato de a aeronave não estar equipada com radar meteorológico, os pilotos tenham ingressado em uma área de formação de nuvens pesadas e tenham perdido o controle do avião em voo.

As características dos destroços e o depoimento de uma testemunha evidenciam que a aeronave perdia altura girando para a esquerda e, ao sair das nuvens, colidiu contra o solo e explodiu.

No dia seguinte, às 3h40, a aeronave foi encontrada acidentada, destruída, em uma área de pasto na zona rural do município de Marabá Paulista (SP).

Mariápolis

Foi em 30 de agosto de 2015. O tipo da ocorrência foi “falha do motor em voo” e envolveu um avião. A investigação está finalizada.

A aeronave decolou do aeródromo de Adamantina (SP), a fim de realizar um voo local privado, com um condutor e um passageiro a bordo.

Após a decolagem, foi iniciada uma curva à esquerda, subindo para 3.800 pés. Após o nivelamento, o motor da aeronave apresentou funcionamento anormal, com perda de óleo e vibração, conforme relatado pelo condutor do avião. O motor foi reduzido e cortado. O pouso de emergência foi realizado em área rural da cidade de Mariápolis (SP).

A equipe de investigação do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Seripa IV) constatou que o condutor do avião não possuía licença, habilitação ou certificado de piloto.

Os relatos do condutor divergiram do registro policial quanto à natureza do voo e ao objetivo da operação.

Em consulta ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava em situação regular.

O proprietário da aeronave não foi encontrado.

Os dois ocupantes saíram ilesos.

O avião teve danos substanciais.

Ouro Verde

Foi em 28 de maio de 2011, no período noturno, em Ouro Verde (SP). O tipo da ocorrência ficou “indeterminado” e os trabalhos relativos a esta ocorrência estão finalizados.

Não foram disponibilizados muitos detalhes sobre o acidente. Consta apenas que o ultraleve caiu em uma área de pasto do município, resultando na morte do piloto.

Pacaembu

1. Foi em 24 de agosto de 2015. O tipo da ocorrência foi “pane seca”. O avião decolou do aeródromo de Rio Brilhante (MS), para o aeródromo de um sítio localizado no município de Gabriel Monteiro (SP) para realizar um voo de translado, com um piloto a bordo.

Após duas horas de voo, aproximadamente, o piloto relatou que houve perda de potência e, em seguida, a parada total do motor. O piloto, então, decidiu realizar um pouso forçado em uma área de pasto ao lado do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Pacaembu (SP).

O piloto saiu ileso e a aeronave teve danos substanciais nas asas, no trem de pouso, no motor e na fuselagem.

A categoria do registro e o tipo de operação foram classificados como agrícola.

2. Foi em 14 de junho de 2015. O tipo da ocorrência foi “falha do motor em voo” e a operação, “privada”.

O piloto do ultraleve informou que voava de Adamantina para Dracena, quando o motor parou de funcionar. Então, ele planou até um descampado, onde foi feito o pouso de emergência.

O piloto saiu ileso.

A investigação sobre o caso está em andamento.

Presidente Bernardes

Foi em 7 de junho de 2013. O tipo da ocorrência foi “falha de motor em voo”, envolvendo um ultraleve.

Ao realizar voo de Presidente Venceslau (SP) para Regente Feijó, houve pane de motor, tendo o piloto como alternativa o pouso em área rural, em Presidente Bernardes (SP). O pouso ocorreu normalmente.

O tripulante saiu ileso.

A operação foi classificada como “experimental” e as investigações já foram finalizadas.

Presidente Venceslau

Foi em 1º de junho de 2013. O tipo do acidente foi “com hélice” e o tipo de operação foi “instrução”. A investigação já foi finalizada.

Durante voo de instrução no trecho de Londrina (PR) para Campo Grande (MS), houve a ruptura da hélice do motor esquerdo do avião, acarretando o desbalanceamento do motor e a consequente quebra do referido berço. O instrutor relatou ter efetuado o corte do motor esquerdo e realizado o voo com o motor direito até o pouso normal em Presidente Venceslau.

Passageiro e tripulante saíram ilesos.

Tupi Paulista

Foi em 15 de dezembro de 2013. O tipo da ocorrência foi “perda de controle em voo” e os trabalhos relativos ao caso estão finalizados.

O avião, registrado na categoria TPP (Privada), durante aproximação final para o pouso em Tupi Paulista, comandada pelo copiloto, guinou para a esquerda. O piloto, então, assumiu os comandos e aplicou potência no motor para tentar arremeter. Não obtendo sucesso, a aeronave chocou-se violentamente contra o solo, fora da área patrimonial do aeródromo.

Os dois tripulantes sofreram lesões graves. A aeronave teve danos graves por toda sua estrutura.

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