ANEEL aprova projeto que vai transformar restos de podas de árvores e de alimentos em adubo

11/10/2018 05h23 Projeto-piloto obteve aval da ANEEL e vai ser implantado em Adamantina.
Redação - Acally Toledo - Informações: Siga Mais, Adamantina - SP
ANEEL aprova projeto que vai transformar restos de podas de árvores e de alimentos em adubo Restos de podas de árvores serão triturados e incorporados a restos do preparo de alimentos das escolas, para decomposição e transformação em adubo orgânico.

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou neste mês de setembro um projeto piloto que vai permitir a transformar restos de podas de árvores e restos de alimentos em adubo orgânico. O projeto foi apresentado à ANEEL pela concessionária Energisa Sul-Sudeste, em dezembro do ano passado, e obteve a aprovação.

Agora, o projeto está habilitado a receber os recursos financeiros que permitirão sua implantação em Adamantina, no montante de R$ 667.800,00, a serem repassados pelo Programa de Eficiência Energética (PROPEE), cujas diretrizes são definidas pela ANEEL.

A iniciativa é resultado de uma parceria costurada em 2017 pelo prefeito Márcio Cardim com o diretor-presidente da Energisa Sul-Sudeste, Gabriel Alves Pereira Júnior, onde participam a concessionária, a Prefeitura de Adamantina e o Centro Universitário de Adamantina (UNIFai).

A mobilização se iniciou logo após a interdição do bolsão para descarte de galhos de podas, pela CETESB, na cidade. A partir disso, foi necessário encontrar alternativas que pudessem solucionar o problema.Na prática, o projeto vai permitir o reaproveitamento dos materiais resultantes de podas de árvores e aqueles decorrentes do preparo das refeições nas escolas municipais, como talos, cascas e sementes, que hoje vão para o lixo.

As podas de árvore, atualmente, são trituradas visando a redução de volume, mas não recebem nenhum processamento complementar. A dinâmica vai permitir a associação dessa biomassa das podas com os restos dos preparos de alimentos que serão levados à decomposição. O produto final será um adubo orgânico que poderá ser aplicado em hortas, lavouras e jardinagem.

Os ganhos são econômicos e ambientais. Com o processamento desses materiais, haverá redução nos investimentos para a instalação de um espaço licenciado para a recepção desses galhos, que mesmo triturados, geram um grande volume. A alternativa também minimiza o descarte de restos de alimentos e refeições em aterros sanitários.

Outro destaque é o impacto positivo na redução dos insumos energéticos que seriam gastos para a produção de adubos equivalentes pela indústria química. Esse é o fator base de cálculo, e referência, para mensurar os ganhos em eficiência energética, que foram essenciais para sensibilizar a área técnica da ANEEL, motivando a aprovação do projeto piloto.

Os recursos totais de R$ 667.800,00 serão alocados na aquisição de materiais e equipamentos, e a contratação de mão-de-obra de terceiros. A viabilidade prática do projeto e seus resultados em larga escala podem resolver parte do problema local envolvendo o descarte de desses materiais.

No projeto, o prefeito Márcio Cardim buscou parcerias, o que levou ao envolvimento da UniFAI - que vai atuar no desenvolvimento de biotecnologia que melhore a qualidade da compostagem - e da concessionária Energisa Sul-Sudeste, que vai operar os recursos financeiros.

Como a eficiência energética será mensurada?

A matemática usada no projeto para embasar os ganhos em eficiência energética vai mensurar os insumos em energia elétrica desprendidos na produção de adubos pela indústria química tradicional, e comparar com os gastos energéticos que serão contabilizados no projeto piloto local, para a produção da mesma quantidade de adubo.

Segundo consta no projeto, a energia total economizada será calculada a partir do volume de nutrientes produzidos e o gasto energético para fabricar um fertilizante químico equivalente. O volume será extraído a partir da análise química do adubo produzido, com estimativa de economizar 0,49 MWh/tonelada de adubo orgânico.

Projeto é considerado promissor e poderá ser levado a outras cidades

Na avaliação detalhada do projeto, feito pela área técnica do Programa de Eficiência Energética (PROPEE) da ANEEL, os especialistas definira o prometo como promissor, cujo modelo, após experimentado e avaliado, poderá ter posterior ampliação em escala, na própria região bem como em outras regiões, onde é comum os municípios enfrentarem problemas com o descarte desses materiais.

Nas colocações sobre o projeto, os técnicos destacaram a aplicação de metodologia consagrada e mensurável nos resultados, gerando benefícios ambientais importantes com a redução de resíduos que normalmente seriam destinados a aterros, permitindo seu reaproveitamento.

Já a inovação do projeto, segundo a ANEEL, reside na dinâmica que vai permitir calcular o ganho energético pela dispensa de aquisição de adubos químicos, entre aqueles que optarão pelo adubo orgânico. Foi destacada também a participação da UniFAI.

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