Adamantina avança no desafio para se transformar em polo regional de saúde

17/12/2019 06h37 O secretário de Saúde, Gustavo Taniguchi Rufino, faz balanço dos investimentos nos três anos da atual Administração e divulga as metas para 2020.
Redação - Acally Toledo - Informações: Grupo IMPACTO, Adamantina - SP
Adamantina avança no desafio para se transformar em polo regional de saúde Autoridades inauguram policlínica em Adamantina na segunda-feira (9). (Foto: João Vinícius)

Demora nos atendimentos, dificuldades nas marcações de consultas e cirurgias e falta de médicos e de medicamentos. Esses são alguns dos problemas enfrentados diariamente por brasileiros que necessitam de atendimento público de saúde. Com o sistema longe do ideal, os recursos não são suficientes para arcar com os custos, necessitando dos gestores públicos, principalmente de prefeitos – que possuem contato mais próximo com a população –, manobras para equalizar as contas versus prestação do serviço.

No ano passado, o SUS (Sistema Único de Saúde) completou 30 anos, cobrindo mais de 200 milhões de pessoas, 80% delas dependentes exclusivamente do sistema para qualquer atendimento médico. O serviço foi criado pela Constituição de 1988 para transformar em realidade um de seus grandes avanços: o direito de todos os brasileiros à saúde. Porém, essa realidade não consegue beneficiar toda população.

Em meio ao desafio diário que representa a saúde, problema mais contundente aos municípios que possuem a parcela maior de responsabilidade, mas são os que têm menos recursos para os investimentos, o prefeito de Adamantina, Márcio Cardim, traçou como um dos três pilares para sua gestão ainda durante a campanha (os outros dois são agricultura familiar e educação).

Na semana em que a Prefeitura inaugurou oficialmente o CIS (Centro de Integrado de Saúde), finalizando uma novela iniciada ainda na gestão Kiko Micheloni, o secretário de Saúde, Gustavo Taniguchi Rufino, pontua que "80% a 90% das metas traçadas foram atingidas". Em entrevista ao IMPACTO, o gestor faz balanço dos investimentos nos três anos da atual Administração e divulga as metas para 2020.

"Temos falhas, porém tentamos minimizar os problemas. Sentamos rotineiramente com a equipe para tomar as decisões em conjunto para avançarmos. Sabemos que há pontos que precisam ser melhorados e trabalhamos a cada dia para proporcionar uma saúde com mais qualidade para população", ressalta Rufino.

CIS

Como na grande maioria dos municípios do país, Adamantina enfrenta reclamações em relação ao serviço de saúde. São diversos os problemas enfrentados pela população, que vive a grande expectativa de transformação da cidade em polo regional de saúde - uma das bandeiras de Márcio Cardim.

Um dos passos dado pela Administração Municipal para se chegar ao objetivo, que deve ser alcançado a médio e longo prazos, foi a efetivação do CIS. Na segunda-feira (9), a policlínica foi inaugurada com a presença de autoridades municipais e dos deputados Reinaldo Alguz (PV) e Enrico Misasi (PV), um dos responsáveis em colocar Adamantina como pioneira na transformação de finalidade do prédio da UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

No local, a Prefeitura concentrou diversas especialidades médicas antes distribuídas em outras unidades de saúde. A UniFAI (Centro Universitário de Adamantina) complementou o serviço com outras disciplinas médicas por meio do internato do curso de Medicina.

Além disso, a Secretaria de Saúde disponibilizou médico generalista para atendimento suplementar às unidades básicas, visando minimizar a alta demanda por consultas e a falta de profissional. Atualmente Adamantina conta com 11 ESFs (Estratégia Saúde da Família) distribuídas em sete unidades físicas de saúde, mas há 10 médicos.

"Hoje o sistema está com falta de um profissional. Foi realizado processo seletivo, porém, nenhum dos profissionais classificados assumiu a vaga. Por isso, estamos disponibilizando em parceria com a UniFAI um médico clínico geral também no CIS. O atendimento deste profissional ocorrerá para suprir a necessidade dos postos de saúde. Caso em um determinado dia a unidade esteja com demanda maior que a disponibilidade de vaga, o paciente será encaminhado para o CIS, onde o médico atenderá até 16 pessoas ao dia. As especialidades também deverão ser encaminhadas pelos médicos generalistas das unidades de saúde. Todo o sistema funcionará interligado", explica o secretário de Saúde.

Em breve o CIS também deverá ter atuação regional, no projeto de transformação de Adamantina em polo de saúde. "Nas especialidades em que a demanda da cidade for sendo suprida, abriremos vagas para outros municípios da microrregião via Croos, que é a Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde, de forma pactuada", explica. Os municípios que podem ser beneficiados são: Pacaembu, Flórida Paulista, Mariápolis, Lucélia, Pracinha, Sagres, Inúbia Paulista, Salmourão e Osvaldo Cruz.

FIM DA FILA DE EXAMES

Outro problema enfrentado pela população é referente a fila de espera para realização de exames. Com investimentos, a Prefeitura vem diminuindo o tempo de aguardo, sendo que em alguns casos, conforme ressaltado pelo secretário de Saúde, passou de até 10 anos para pouco mais de 15 dias.

Neste ano foi realizado mutirão de ultrassonografia, sendo beneficiado 1743 pacientes, e de ressonância - 217. O investimento foi de R$ 230 mil. Para o primeiro exame, em que a fila era de até 10 anos, foi contratada empresa que realiza o procedimento em cerca de três semanas. Agora, o serviço será executado também no CIS. "Novo mutirão de exames por imagem está previsto para primeiro trimestre de 2020".

O secretário de Saúde diz ainda que foram realizados 382 exames de tomografia este ano, feitos na rede particular devido gravidade dos casos ou na rede pública, a partir de conquista de vagas em Tupã. "Acabou com fila de sete anos. Agora demora um mês", pontua Rufino.

Entre as metas da Administração Municipal está a ampliação de exames realizados na Santa Casa, como de tomografia e ultrassonografia. Além disso, o hospital trocará o equipamento de raio-x, que será digitalizado. "E em um futuro próximo realizaremos exame de ressonância na Santa Casa", anuncia.

SANTA CASA

O projeto de ampliação dos serviços do hospital vem sendo desenvolvido em conjunto entre a Prefeitura, UniFAI e a Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, administradora da Santa Casa.

No momento estão sendo construídos 10 novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e reformado a ala feminina. Em seguida, a melhoria atingirá a ala masculina. "Uma estrutura mais adequada possibilitará a ampliação dos serviços, que resultará subir a complexidade do atendimento de média para alta".

Outra importante conquista foi o recurso de R$ 130 mil mensais por meio da RUE (Rede de Urgência e Emergência) que possibilita o aporte de recursos nos serviços do pronto socorro da Santa Casa.

POSTOS DE SAÚDE

Tais investimentos são demostrados em números. Enquanto a legislação brasileira obriga as prefeituras investirem 15% das receitas na área da saúde, Rufino pontua que em Adamantina o aporte é de cerca de 25%.

Somente este ano já foram realizadas 41.440 consultas pelos 11 ESFs, colocando a cidade com média maior de atendimento em comparação com a nacional. Para isso, os investimentos também atingem as unidades básicas de saúde.

Além da inauguração de dois ESFs nos bairros Cecap e Mário Covas, que prestam atendimento para cerca de 10 mil habitantes, os PAS I (9 de julho), que atende o Centro, e do PAS II (Jardim Brasil, Vila Jardim e Vila Jamil de Lima) também passam por reformas dos prédios. E, em março, deve ser inaugurada a unidade de saúde do Jardim Brasil.

Nos próximos dias devem iniciar as reformas da Farmácia Central e da parte elétrica do Centro de Saúde. "Todo o investimento é ampliado com atuação dos alunos de Medicina nas unidades, dando suporte a população. Este ano o serviço está disponível em três postos de saúde, sendo ampliado para todos a partir de 2020".

Os alunos de Medicina também farão atendimento, a cada 15 dias, em unidade móvel instalada no bairro da Lagoa Seca. "A avaliação até o momento do internato é positiva. Atendimento humanizado, com respeito e de forma profissional", diz Rufino.

FALTA DE MEDICAMENTOS

Em meio aos investimentos, como a conquista de 12 novos veículos para área da saúde, alguns pacientes ainda sofrem com a falta de medicamento. Porém, o secretário de Saúde ressalta que a Prefeitura faz sua parte.

"Faltam medicamentos de alto custo, de responsabilidade do Estado. E algumas situações devido empresas vencedoras das licitações atrasarem a entregam, mas de pronto são notificadas pelo Jurídico para sanar os problemas. Compras e pagamentos de responsabilidade da Prefeitura estão em dia", conclui.

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