'Não vou me matar nem fugir do Brasil. Vou brigar até o fim', diz Lula

01/03/2018 08h39 Ex-presidente diz à Folha que está preparado para ser preso, mas acredita que será inocentado.
Redação - Portal Metrópole de Notícias, Osvaldo Cruz - SP
'Não vou me matar nem fugir do Brasil. Vou brigar até o fim', diz Lula Entrevista exclusiva com o ex-presidente Lula, no Instituto Lula. 28/02/2018. (Foto: Marlene Bergamo/FolhaPress)

Em uma longa entrevista à Folha de S.Paulo, o ex-presidente Lula demonstrou tranquilidade e afirmou que a pressão está do lado de quem o acusa sem provas; líder absoluto em todos os cenários de intenção de voto para 2018, o petista avisou: não vai se matar e nem fugir do Brasil; "E vou ficar aqui. Aqui eu nasci, aqui é o meu lugar. Eu não tenho medo de nada. Só de trair o povo desse país. É por isso que eu estou aqui, fazendo a minha guerra"; o ex-presidente voltou a destacar a parcialidade do Ministério Público, do TRF-4 e do juiz Sérgio Moro; o petista também criticou a postura de Ciro Gomes e os seguidos ataques que o pré-candidato tem feito a ele e ao PT.

O ex-presidente Lula concedeu uma longa entrevista à Folha de S.Paulo  em que voltou a reafirmar sua tranquilidade diante da certeza de sua inocência e da ausência de provas que o incriminem. 

"Sabe por que não tenho medo? Porque eu tenho a consciência tão tranquila. Sabe do  que eu tenho medo de verdade? É se esses caras pudessem mostrar à minha bisneta que fez um ano no domingo que o bisavô dela roubou um real. Isso realmente me mataria", disse o petista.

Lula rejeitou a comparação do atual momento com o período que antecedeu o suicídio de Getúlio Vargas. 

"Até porque não vou me matar. Eu gosto da vida pra cacete. E quero viver muito. Tô achando que eu sou o cara que nasceu para viver 120 anos. Dizem que ele já nasceu, quem sabe seja eu?

Tô me preparando. Levanto todos os dias às 5h da manhã, faço duas horas e meia de ginastica, tomo whey [complexo de proteínas] todo dia para ficar bem forte. E vou levando a vida assim. Eu não tenho essa perspectiva nem de me matar nem de fugir do Brasil. E vou ficar aqui. Aqui eu nasci, aqui é o meu lugar. Eu não tenho medo de nada. Só de trair o povo desse país. É por isso que eu estou aqui, fazendo a minha guerra", disse. 

Líder absoluto nas pesquisas, Lula aproveitou para falar como sua candidatura incomoda. Tanto à esquerda quanto à direita. O petista rebateu a declaração de Ciro Gomes de que "ninguém acredita que ele seja candidato". 

"Se eu não acreditasse na possibilidade de a Justiça rever o crime cometido contra mim pelo [juiz Sergio] Moro, [que o condenou à prisão] e pelo TRF-4 [Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que confirmou a sentença], eu não precisaria fazer política.

Não acho que ninguém acredita na possibilidade de eu ser candidato. Era mais fácil o Ciro dizer 'tem gente que não quer que Lula seja candidato'. E ele quem sabe se inclui nisso.

Só tem unanimidade hoje no meio político: as pessoas não querem que o Lula seja candidato. O Temer não quer, o Alckmin não quer, o Ciro não quer. Eles pensam: 'ele [Lula] vai para o segundo turno e pode até ganhar no primeiro. Se ele não for candidato, em vez de uma vaga no segundo turno, podemos disputar duas'. Aumenta a chance de todo mundo."

Clique aí e leia na íntegra:  entrevista à Folha de S.Paulo 

 

 

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