Polícia Federal deflagrou 'Operação Dealer' contra tráfico de drogas pelas redes sociais

12/02/2019 15h46 O Delegado Federal e Chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Fabrizio Galli, e o Delegado de Polícia Federal, Valdemar Latance Neto, deram mais detalhes sobre esta operação.
Redação - Acally Toledo, Osvaldo Cruz - SP
Polícia Federal deflagrou 'Operação Dealer' contra tráfico de drogas pelas redes sociais .

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (12) a Operação Dealer para desarticular uma organização criminosa que negociava drogas por meio de mensagens no aplicativo de conversas, WhatsApp. Osvaldo Cruz estava entre as cidades em que a operação foi deflagrada.

Foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária, sendo que uma dessas prisões não foi efetivado pelo fato do suspeito ter conseguido fugir. Outros 10 mandados de busca e apreensão também aconteceram em algumas cidades de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Sergipe e Minas Gerais. As investigações indicam que o grupo responsável atuava de forma organizada, com membros agindo com funções distintas, sujeitas a um comando centralizado.

O Delegado Federal e chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Fabrizio Galli, e o Delegado de Polícia Federal, Valdemar Latance Neto, atenderam a imprensa em uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (12) e explicaram como a operação foi deflagrada. "A Policia Federal, através da Delegacia de Repressão a Drogas, na superintendência do Estado de São Paulo, deflagrou a operação chamada Dealer. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, e nove mandados de prisão temporária nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Sergipe. Um dos mandados que era para uma das cidades do interior de São Paulo, não foi cumprido porque o investigado conseguiu fugir, mas as equipes ainda estão trabalhando para tentar cumprir esse mandado pendente. As cidades alvo da operação no interior de São Paulo foram Indaiatuba, Casa Branca, Osvaldo Cruz, Birigui e Bauru.".

Segundo os delegados, a operação foi basicamente voltada a identificar traficantes de drogas, principalmente drogas como LSD, Ecstasy e maconha que faziam contato através de aplicativo de mensagem instantânea, o WhatsApp.

O inquérito foi instaurado em abril de 2018 e nesta terça-feira foi deflagrada a operação que tramitou junto à 4ª Vara da Justiça Federal de São Paulo. 

Os delegados afirmaram que, a partir de um trabalho de inteligência da própria Polícia Federal, foi possível identificar um grupo de conversas em que havia diversos integrantes, vendendo e também adquirindo drogas. "A partir daí a investigação começou e se centrou nas pessoas que estariam praticando a venda de drogas. No decorrer da operação, a PF percebeu que esses traficantes agiam em forma de associação criminosa. Havia entre eles uma coordenação, ações coordenadas com a finalidade de vender entorpecentes para os outros integrantes desse grupo. A investigação se centrou em um grupo específico, onde esses suspeitos que foram presos agiam de forma coordenada com a finalidade de obter lucro.".

A partir desse trabalho de inteligência da PF, um agente encoberto conseguiu entrar no grupo e, com autorização judicial, conseguiu comprar drogas de um dos investigados. "Com isso ficou clara a coordenação entre eles, porque quem encaminhou a droga foi um outro investigado e a partir daí, percebemos que eles não agiam sozinhos e sim conjunto e coordenados. A segunda fase da investigação, que agora deixa de ser sigilosa, será focada em identificar o patrimônio, quem financiava essa droga e também a procedência. Foram feitas apreensões de cartões, documentos, transferências que permitem a investigação e o rastreio para saber se existia um financiador do grupo ou se os próprios integrantes faziam esse trabalho.".

Segundo a Polícia Federal, o perfil dos presos é de jovens entre 20 e 30 anos, de classe média alta, alguns com profissão paralela, porém a maioria focada apenas em traficar. "Há indícios de que eles pegavam a droga na Europa, um dos presos desta terça-feira (12) foi visto oferecendo viagens gratuitas para a Europa a trabalho. Então, suspeita-se que essas pessoas iriam até lá para buscar a droga para ele. Hoje se encerra a primeira fase, na segunda vamos buscar esclarecer e confirmar que a droga vinha da Europa.".

Os delegados confirmaram que agora a Polícia vai rastrear os pagamentos para saber a movimentação financeira, já que no grupo havia atividade muito intensa de venda de drogas.

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