Uma operação da PolÃcia Civil, autorizada pelo Poder Judiciário, realizada na manhã desta sexta-feira (21), culminou com a prisão de quatro pessoas e a realização de buscas na Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito), de Adamantina, que integra a estrutura do Detran-SP.
Um funcionário público e um funcionário terceirizado, que trabalham na Ciretran de Adamantina e outras duas pessoas externas, autônomos, foram presas temporariamente na manhã de hoje e começaram a ser ouvidos pelos policiais civis da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Adamantina.
Como era o esquema
Segundo o delegado que preside as investigações, Dr. Rodrigo Alabarse, as investigações foram iniciadas em julho do ano passado, a partir de suspeitas levantadas pela PolÃcia Militar. Ele relatou que a PM realizava operações de trânsito, de rotina, aplicava multas, mas havia motoristas que não eram penalizados.
Essa percepção da PM se deu pela ocorrência de situações reincidentes e pelo próprio acompanhamento de suas ações de fiscalização, que não revelavam punições aos motoristas flagrados e autuados por infrações de trânsito.
Conforme relatado pelo delegado, as multas realizadas pela PM são enviadas à Ciretran, para o lançamento no sistema e posterior notificação do motorista infrator. Era nesse estágio que o crime acontecia.
Ao identificar motoristas conhecidos e diante de determinadas infrações informadas pela PM, os funcionários da Ciretran excluÃam as mesmas do lançamento no sistema e iniciavam uma abordagem junto aos infratores, propondo a solução do problema e cobrando pelos serviços, sem que os motoristas tivessem pontuação lançada no sistema e fosse lavrada a cobrança da multa. Além dos dois funcionários que atuavam dentro da Ciretran de Adamantina, outras duas pessoas externas realizavam a abordagem de motoristas infratores, totalizando quatro pessoas envolvidas no esquema ilegal. A audácia era tamanha que os motoristas infratores chegavam a ficar com a posse do documento de infração gerado no momento da fiscalização realizada pela PolÃcia Militar. Presos, os quatro envolvidos começaram a ser ouvidos pela PolÃcia Civil de Adamantina e em seguida serão transferidas para a cadeia local, podendo eventualmente serem transferidos ao Centro de Detenção Provisória (CDP), de Caiuá. Ao final do inquérito e comprovada toda a dinâmica do crime e a participação dos quatro envolvidos que estão presos temporariamente, os mesmos poderão responder, inicialmente, por corrupção passiva e associação criminosa, porém novos desdobramentos poderão revelar mais implicações ao grupo.