Dupla tenta prejudicar investigação de assassinato, mas acaba descoberta e detida pela Polícia Civil

20/09/2019 08h29 Indivíduos inventaram uma história e induziram uma falsa testemunha a mentir para os agentes no intuito de incriminar um desafeto da família.
Por G1, Presidente Prudente - SP
Dupla tenta prejudicar investigação de assassinato, mas acaba descoberta e detida pela Polícia Civil .

Duas pessoas que tentavam atrapalhar a investigação da Polícia Civil sobre um homicídio registrado em junho, em Rosana (SP), foram presas nesta semana e responderão por denunciação caluniosa e fraude processual.

Segundo as informações divulgadas nesta quarta-feira (18) ao G1 pela Polícia Civil, a dupla inventou histórias e induziu uma falsa testemunha a mentir de modo a incriminar um desafeto da família.

No dia 8 de agosto deste ano, a Polícia Civil de Rosana recebeu a informação de que a arma do crime estaria escondida em uma vegetação localizada na Gleba 15 de Novembro e que uma testemunha teria presenciado outro indivíduo confessar a prática delitiva.

Na mesma data, a arma foi localizada com a ajuda daquela testemunha e apreendida.

Novas investigações foram iniciadas com o intuito de apurar a versão informal noticiada por aquela nova testemunha, a qual imputava o crime a outra pessoa.

Invenção

Após algumas diligências, os policiais passaram a desconfiar daquela nova versão e, durante uma investigação mais aprofundada, a verdade veio à tona.

A suposta testemunha foi localizada e confessou que sua versão era mentira, já que teria sido procurada pela esposa do denunciado pelo crime de homicídio e, com a ajuda do irmão do denunciado, a induziram a comunicar falsamente à polícia aqueles fatos, imputando crime a uma pessoa que sabiam ser inocente.

Além disso, a esposa e o irmão do autor foram os responsáveis por ocultarem a arma do crime no exato local onde ela foi encontrada posteriormente, após a indicação daquela falsa testemunha que já sabia onde a espingarda seria escondida pela dupla.

A Polícia Civil, entendendo que a esposa do autor e seu irmão configuravam risco à ordem pública e também à instrução processual penal, representou pela decretação de suas prisões preventivas, o que foi deferido pelo Poder Judiciário.

Ainda foram cumpridas buscas na casa da mulher, que resultaram na localização de mensagens gravadas em seu celular que comprovam que desde o dia 3 deste mês ela planejava o crime, preparava uma falsa versão e escolhia uma pessoa a quem imputaria falsamente o delito, convenientemente, um desafeto da família.

Após as prisões, o irmão do autor confessou que ele e a mulher criaram toda uma falsa história e induziram aquela testemunha a mentir para a polícia.

O irmão ainda confessou ter escondido a arma naquele local.

Ainda na intenção de “conturbar a apuração criminal”, o homem assumiu ser o autor do homicídio, versão essa que já havia sido afastada pela Polícia Civil, tendo em vista não encontrar nenhum amparo nos demais elementos de informação já obtidos.

A Polícia Civil advertiu que falso testemunho é crime punido com até quatro anos de reclusão e que auxiliar a imputar crime a terceira pessoa inocente pode levar a até oito anos de prisão.

A mulher, de 37 anos, e o homem, de 34 anos, deverão responder por denunciação caluniosa e fraude processual.

O caso

A vítima foi encontrada na tarde de 5 de junho de 2019, às margens da Rodovia Arlindo Béttio (SP-613), em Rosana. O corpo apresentava ferimentos causados por arma de fogo e o homicídio havia sido praticado momentos antes da comunicação à polícia.

Na mesma data, no período da noite, um homem de 41 anos foi preso em flagrante pela Polícia Civil como suspeito de cometer o assassinado.

O local onde o crime ocorreu fica próximo da residência do homem de 41 anos. Ele foi ouvido pela Polícia Civil e disse que não ouviu nada e afirmou que permaneceu em sua casa por todo o período da tarde, acompanhado de sua esposa e de seu irmão.

O suspeito ainda disse ter ouvido uma motocicleta, que fazia barulho muito alto, seguindo no sentido ao Centro do Setor da Gleba 15 de Novembro.

Foram ouvidas duas pessoas que trabalhavam ao lado da estrada citada pelo suspeito como sendo por onde a motocicleta teria passado instantes antes, as quais afirmaram que ali estiveram por horas e que nenhuma moto barulhenta passara pelo local.

A Polícia Militar recebeu uma informação acerca de uma notícia anônima feita via telefone 190, que indicava o homem de 41 anos como autor do homicídio. A Polícia Civil prosseguiu com as diligências e uma testemunha ocular foi encontrada bastante temerosa, a qual dizia ter visto o suspeito disparar contra a vítima, em meio à rodovia.

A testemunha foi conduzida até a Delegacia da Polícia Civil da cidade e relatou, com riqueza de detalhes, o que havia presenciado horas antes.

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