Cinco suspeitos de envolvimento no assassinato de motorista de aplicativo são detidos em três cidades diferentes

18/06/2019 05h45 Investigações descobriram que o carro da vítima foi levado para o Paraguai, onde foi trocado por droga.
Por G1, Presidente Prudente - SP
Cinco suspeitos de envolvimento no assassinato de motorista de aplicativo são detidos em três cidades diferentes .

Cinco suspeitos de envolvimento no assassinato do motorista de aplicativo Luciano Galindo foram detidos nesta segunda-feira (17), segundo anunciou a Polícia Civil.

Três dos suspeitos foram detidos na cidade de Nova Alvorada do Sul (MS). São dois rapazes, ambos de 19 anos, e um adolescente, de 16 anos, todos moradores de Presidente Prudente (SP).

Outro suspeito detido foi um morador do Residencial Maré Mansa, em Presidente Prudente, de 24 anos.

O quinto suspeito, de 56 anos, foi detido em Álvares Machado (SP).

A Polícia Civil pediu a decretação da prisão temporária de todos eles, pelo prazo inicial de 30 dias, e aguarda uma decisão do Poder Judiciário.

As investigações descobriram que o carro da vítima foi levado para o Paraguai, onde foi trocado por droga.

Motorista de aplicativo é encontrado morto em estrada na zona rural de Álvares Machado

'Um homem totalmente do bem', afirma amigo sobre motorista de aplicativo encontrado morto

A apuração sobre o caso, que é tratado pela Polícia Civil como homicídio qualificado, embora a hipótese de latrocínio também seja levada em consideração, está sob a responsabilidade da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), em Presidente Prudente.

De acordo com o delegado Rômulo Teixeira Marcelo, da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, os três suspeitos detidos em Nova Alvorada do Sul estavam na rodoviária da cidade, quando se preparavam para embarcar para Presidente Prudente.

Durante a abordagem, policiais militares encontraram com o trio três tabletes de maconha. Todos foram encaminhados para a delegacia.

"No depoimento, eles entraram em contradição e, quando acionamos a polícia de São Paulo, descobrimos que eles tinham praticado o latrocínio [crime de roubo seguido de morte]. O adolescente foi o responsável por dar 13 golpes de faca no motorista", explicou Marcelo ao G1 MS.

Segundo o delegado, os suspeitos informaram que no dia crime viajaram até Ponta Porã (MS), que fica na fronteira com o Paraguai. O veículo foi deixado no estacionamento de um shopping onde um traficante seria o responsável por pegá-lo. Em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia, eles foram para um hotel, onde pegaram a droga e mais R$ 500 para retornarem ao Estado de São Paulo.

Conforme a polícia, o combinado era de que o trio receberia 60 quilos de maconha em Presidente Prudente por ter levado o carro, que até agora não foi recuperado, até o país vizinho.

Segundo o delegado, o caso continuará sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo e os presos devem responder pelos crimes de latrocínio e tráfico internacional de droga. As penas superam os 45 anos de prisão para os maiores de idade. O adolescente responderá por ato infracional.

O caso

Luciano Galindo foi encontrado morto na manhã do último sábado (15) em uma estrada de terra na zona rural de Álvares Machado.

Ele tinha 42 anos de idade e morava no Jardim Aviação, em Presidente Prudente. Era casado e deixou um casal de filhos.

O corpo apresentava sinais de ferimentos a facadas.

De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia da Polícia Civil, em Álvares Machado, a primeira pessoa a avistar o corpo foi um homem que, por volta das 6h30, fazia sua caminhada matinal pelo local.

O homem viu o cadáver dentro de uma vala na estrada de terra e acionou a Polícia Militar.

Quando chegaram ao local, os policiais militares constataram que o cadáver se tratava de um homem branco, que estava dentro de um buraco ao lado da estrada de terra e apresentava, aproximadamente, 13 perfurações de facadas.

Segundo o Boletim de Ocorrência, o local fica em uma área rural e foi observado que havia manchas de sangue na estrada e algumas sacolas plásticas.

O corpo estava na posição de decúbito dorsal, ou seja, com a barriga voltada para cima, e tinha algumas perfurações já visíveis próximas à caixa toráxica.

O motorista de aplicativo vestia uma camisa listrada clara e calça jeans, calçava tênis azuis e usava relógio e aliança.

Após o término da perícia realizada pelo Instituto de Criminalística no local onde a vítima foi encontrada, foram acionados o Corpo de Bombeiros e uma empresa funerária para a remoção do corpo ao Hospital Regional, em Presidente Prudente, onde o Instituto Médico Legal (IML) realizou o exame necroscópico.

Um Boletim de Ocorrência foi registrado na Polícia Civil, em Presidente Prudente, na manhã do último sábado (15), relatando o desaparecimento do motorista de aplicativo.

Segundo o registro policial, ele havia saído para trabalhar por volta das 17h da sexta-feira (14) com seu carro.

Foi tentado o contato com o motorista por uma parente dele, por volta da 0h, mas o celular de Galindo estava desligado.

Quando saiu para o trabalho, ainda conforme o registro policial, o motorista também usava uma corrente prata no pescoço e uma pulseira.

Foi solicitado o comparecimento dos familiares ao HR, onde o corpo de Luciano Galindo foi reconhecido por seu irmão.

A Polícia Civil entrou em contato com outros motoristas, que indicaram, por meio de um aplicativo, o último local onde Galindo esteve.

O ponto desta última localização fica no cruzamento das ruas Antônio Evangelista Fonseca e Antônio Geraldo, no Residencial Maré Mansa, em Presidente Prudente.

Em diligências pelo local, os policiais encontraram diversos vestígios que foram acrescentados às investigações, como manchas no chão, uma faca de cabo branco com marcas de sangue, um celular quebrado – estavam separados a capa traseira, o aparelho e a tela – e um acessório do tipo carregador. Os objetos foram apreendidos e os familiares da vítima reconheceram que o celular pertencia a Galindo.

De acordo com a Polícia Civil, ao que tudo indica, o crime teria sido praticado naquele endereço, no Residencial Maré Mansa, em Presidente Prudente.

O corpo de Luciano Galindo foi enterrado na tarde deste domingo (16), no Cemitério Municipal Campal, em Presidente Prudente.

Amigos e familiares classificaram Galindo como um "homem de bem", trabalhador e bem relacionado com as pessoas.

“Ele morreu trabalhando”, disse ao G1 um tio da vítima, Manoel Galindo, que ainda declarou que a família “está em estado de choque com a forma que a vida [de Luciano] foi tirada”.

Comente, sugira e participe:

Cadastre seu WhatsApp e receba notícias diariamente pelo celular