Funcionários dos Correios de Osvaldo Cruz entram em greve

12/09/2019 08h15 Categoria pede reajuste salarial com reposição da inflação e é contra a privatização da empresa.
Por G1, São Paulo
Funcionários dos Correios de Osvaldo Cruz entram em greve .

Os funcionários dos Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado. A greve foi decretada na noite desta terça-feira (10) em assembleias realizadas em diferentes estados do país. Até por volta das 13h desta quarta, sindicatos de 23 estados e do DF confirmavam ter aderido à greve.

Funcionários das duas agências de Osvaldo Cruz também paralizaram os trabalhos.

A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) afirmam que a greve é geral e que todos os 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios aderiram ao movimento.

Em nota, a direção dos Correios afirma que a paralisação é parcial e já colocou em prática um "plano de continuidade de negócios para minimizar os impactos à população".

A categoria pede reposição da inflação do período e é contra a privatização da estatal, que foi incluída no mês passado no programa de privatizações do governo Bolsonaro.

Os trabalhadores querem também a reconsideração quanto a retirada de pais e mães do plano de saúde, melhores condições de trabalho e outros benefícios.

"A decisão foi uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de lutas, os salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da família", afirmou em nota a Findect.

"Mesmo com a mediação do TST, a empresa não recebe os representantes dos trabalhadores há mais de 40 dias e se nega a negociar, pois insiste em reduzir benefícios que rebaixariam ainda mais o salário da categoria, que já é o pior entre todas as estatais", disse a Fentect.

O que diz a empresa

Segundo os Correios, a greve "não afeta os serviços de atendimento da estatal". A empresa informou que pela manhã 82% do efetivo total estava trabalhando regularmente.

Em nota, a direção dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis, "considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões".

A estatal ainda não divulgou balanço sobre os impactos da greve, mas fala em "paralisação parcial". "O principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável", acrescentou.

Ainda segundo a empresa, a paralisação dos funcionários "agrava ainda mais a combalida situação econômica da estatal". "Os Correios contam com a compreensão e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência dos serviços prestados à população brasileira", completou.

Veja a situação por estados:

Acre

Cerca de 50% dos carteiros que trabalham em Rio Branco paralisaram as atividades, segundo o Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintec-AC). Segundo a presidente da entidade, Suzy Cristiny, mais trabalhadores devem aderir ao movimento. O atendimento nas agências não foi paralisado.

A categoria afirma que o acordo coletivo venceu no dia 31 de agosto e não conseguiu outro acordo com a empresa, mesmo com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho.

Alagoas

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect-AL), estão prejudicados no estado os serviços de entregas, postagem e serviços bancários. A categoria espera que 80% dos trabalhadores participem da mobilização.

Amapá

Funcionários dos Correios no Amapá aderiram na manhã desta quarta à greve geral por tempo indeterminado. Dos 255 trabalhadores do estado, 25 estão concentrados em frente a agência central, em Macapá.

Bahia

As agências permanecem abertas na Bahia, entretanto a entrega de correspondências fica afetada pelo tempo que durar o movimento. A empresa diz, porém, que não há suspensão de nenhum serviço.

O sindicato afirma que a Bahia possui 700 unidades dos Correios. Já a empresa diz que são 470 agências no estado, sendo 33 delas em Salvador.

Ceará

Funcionários dos Correios pararam as atividades em agências de Fortaleza e em cidades do estado. A categoria faz manifestações na sede dos Correios na capital e em frente a agências no interior.

Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Ceará (Sintect-CE), servidores de outras unidades no estado devem reforçar a paralisação, fechando as agências. A principal reivindicação é um aumento salarial de 3,2%, em vez do reajuste de 0,8% proposto pelo Governo Federal.

Distrito Federal

A agências de atendimento dos Correios amanheceram abertas no Distrito Federal nesta quarta-feira. A maior adesão ao movimento deve ocorrer no setor de distribuição, segundo a Fentect, o que pode afetar os prazos de entrega de encomendas.

O G1 consultou agências localizadas na Asa Sul, na Asa Norte, no Guará, em Samambaia no Sudoeste e em Taguatinga. Todas foram abertas no horário de funcionamento normal, às 9h, sem previsão de alteração.

"Historicamente, as áreas que mais participam são as áreas de distribuição (e não o de atendimento)", explicou o representante da Fentect, Fischer Marcelo Moreira dos Santos.

Goiás

Funcionários dos Correios entraram em greve em pelo menos 15 cidades do estado. Segundo a Superintendência dos Correios, até à tarde desta quarta, os serviços de atendimento não tinham sido afetados no estado, já que 79% dos empregados trabalham normalmente.

Maranhão

Em São Luís, os servidores dos Correios aprovaram a greve em assembleia geral realizada na sede administrativa do sindicato da categoria (SINTECT-MA), no bairro Radional, em São Luís.

Como parte do movimento grevista, o sindicato anunciou um seminário das 8h30 as 16h desta quarta-feira na sede do Sindicato dos Bancários, na Rua do Sol, no Centro de São Luís. O assunto em destaque será sobre a possibilidade de privatização da empresa.

Mato Grosso

No Mato Grosso, a greve teve mais adesão em Cuiabá, Cáceres, Alta Floresta, Nova Mutum, Tesouro, Luca do Rio Verde. O sindicato diz que 30% do efetivo foi mantido na greve.

“Não temos concursos desde 2011. Não temos mais transporte aéreo de cargas, tudo chega por carretas. O Sedex, que antes chegava no dia seguinte, hoje demora entre cinco a 10 dias para ser entregue. São ações, de vários anos, que foram pensadas para piorar o serviço e causar essa impressão na população”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso (Sintect-MT), Edmar dos Santos Leite.

Mato Grosso do Sul

O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios em Mato Grosso do Sul (Sintect-MS) disse que em 27 municípios funcionários da empresa anunciaram adesão à paralisação. Os Correios possuem unidades em todos os 79 municípios sul-mato-grossenses. Já a superintendência estadual dos Correios aponta que somente 15% dos empregados aderiram ao movimento e que 85% dos colaboradores seguiram trabalhando normalmente.

Minas Gerais

Em Belo Horizonte, a categoria se concentrou em frente à Agência Central dos Correios, na Avenida Afonso Pena, e saiu em passeatas por ruas do centro. Segundo o Sintect, cerca 80% dos setores da empresa tiveram uma média de 70% dos serviços oferecidos afetados.

Na capital mineira, nenhuma agência está totalmente fechada, segundo o sindicato e também os Correios, que garantem que nenhum serviço foi totalmente suspenso. No interior, o Sintect informa que algumas agências estão fechadas nesta quarta-feira (11).

O sindicato avalia que os serviços afetados podem ficar lentos. A entrega em domicílio, por exemplo, pode ser afetada e algumas delas podem atrasar.

No sul do estado, pelo menos 20% dos trabalhadores de Varginha e São Lourenço já aderiram à greve nacional. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais no Sul de Minas, os trabalhadores que aderiram ao movimento são da parte operacional. As agências seguem abertas nas duas cidades.

Na área de abrangência do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios e Telégrafos de Uberaba e Região (Sintect-URA), que contempla 156 cidades da região, houve adesão ao movimento pelas cidades de Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas e Patrocínio.

Paraíba

Os trabalhadores dos Correios da Paraíba aprovaram a greve por tempo indeterminado em assembleia realizada no Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos da Paraíba (Sintect).

A principal reivindicação, segundo o sindicato, é a reposição salarial de acordo com a inflação e os benefícios integrais no valor acumulado da inflação do período agosto de 2018 a julho de 2019. Além disso, os trabalhadores pedem manutenção de cláusulas sociais e aumento de salário no valor de R$ 300 linear.

Paraná

Agências e unidades dos Correios do Paraná amanheceram fechadas nesta quarta-feira. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR), serviços de entrega e postagem realizados pela empresa estão paralisados por tempo indeterminado.

O sindicato informou que a greve afeta as atividades da Unidade de Tratamento Internacional, que trata das encomendas que vêm do exterior e são distribuídas para todo o país. Segundo os Correios, o centro de Curitiba é uma das três unidades da empresa em todo o Brasil.

Não há uma estimativa de quantos funcionários aderiram à greve.

Pernambuco

A greve afeta os centros de distribuição como o de San Martin, na Zona Oeste do Recife. O portão de acesso estava fechado e, segundo os trabalhadores, o serviço não funciona nesta quarta.

Ao G1, os Correios informaram que a paralisação não deve afetar o trabalho da empresa e todas as agências devem abrir a partir das 9h desta quarta (11).

Em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, alguns funcionários colaram faixas e cartazes com as frases "Não à privatização dos Correios". No município, 90% dos funcionários aderiram à greve, segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Pernambuco, Jim Kelly.

Piauí

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect-PI) aderiu à greve nacional da categoria. Segundo a assessoria de comunicação dos Correios, não há, porém, suspensão de nenhum serviço.

“Em Teresina tivemos várias agências fechadas, estamos com a situação de sucateamento total, para justificar a privatização. Os carros de entrega quebrados. Ainda querem tirar nossos direitos, como vales alimentação”, afirmou o diretor jurídico da entidade, José Rodrigues.

Rio Grande do Norte

Nesta quarta (11), os funcionários em greve se reuniram na Avenida Hermes da Fonseca, em frente ao Complexo dos Correis, no Tirol, Zona Leste de Natal, em um ato público. Em Mossoró, no Oeste potiguar, também houve protestos da categoria.

Rio Grande do Sul

Funcionários dos Correios realizaram protesto na manhã desta quarta em frente ao prédio da empresa em Porto Alegre, na Rua Siqueira Campos, no Centro Histórico. Na noite de terça (10), o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do estado (Sintect-RS) fez uma assembleia, e decidiu entrar em greve.

"Pelo menos 70% do setor de distribuição está em greve. Mas ainda estamos juntando os números", diz o secretário de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos do RS, João Augusto de Moraes Gomes.

Rio de Janeiro

Na capital fluminense, funcionários dos Correios do Rio fazem uma manifestação nesta quarta-feira (11), na porta do Centro de Tratamento de Encomendas em Benfica, na Zona Norte.

Policiais militares do 22º batalhão (Maré) acompanham o protesto e tentam impedir que os manifestantes interditem o trânsito na Rua Leopoldo Bulhões, em frente ao Centro de Distribuição. Os grevistas já atravessaram os caminhões na via para impedir a entrada e saída de encomendas.

No sul do estado, os funcionários de pelo menos três cidades aderiram à greve. O serviço de entrega de encomendas foi paralisado em Paracambi e Volta Redonda. Em Paulo de Frontin, um carteiro aderiu à greve.

O G1 entrou em contato com agências e centros de distribuição para fazer um balanço da paralisação na região. A reportagem não conseguiu contato com Paraty e Três Rios.

Na demais cidades, os funcionários trabalham normalmente nesta quarta-feira, não afetando o serviço de distribuição de correspondências.

Rondônia

Dezenas de funcionários dos Correios iniciaram greve por tempo indeterminado em várias cidades do estado. Em Porto Velho, 60 funcionários cruzaram os braços nesta quarta-feira, segundo Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos de Rondônia (Sintect-RO).

Durante a manhã, servidores usaram uma faixa e fizeram uma mobilização na frente da agência da Avenida dos Imigrantes. A cidade de Vilhena (RO), no Cone Sul do estado, também aderiu ao movimento grevista e as agências dos Correios estão fechadas.

Roraima

Os servidores dos Correios em Roraima deflagraram greve por tempo indeterminado desde a 0h desta quarta-feira (11). De acordo com Antonio Rodrigues, presidente do sindicato da categoria no estado, a adesão ainda é pequena e nenhuma agência de Roraima está fechada nesta quarta. Há cerca de 220 funcionários nos Correios no estado.

Como parte do movimento grevista, funcionários se reúnem nesta manhã em frente à agência central dos correios no Centro Cívico da capital.

Santa Catarina

OS funcionários dos Correios de Santa Catarina entraram em greve por tempo indeterminado, após assembleia realizada na noite de terça-feira (10), em Florianópolis. A categoria não aceitou a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, de 0,8%, menor que os 3,1% da inflação acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor (INPC).

São Paulo

Na capital, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP) confirmou ao G1 a greve e disse que estima que 70% da categoria já tenham aderido à paralisação nesta quarta-feira (11).

Ainda de acordo com o sindicato, foram feitos atos em frente a algumas unidades dos Correios da capital.

Na região de Campinas, algumas unidades informaram ao G1 que ficarão fechadas. Outras, abriram para postagens e separação de encomendas, mas informaram que os carteiros aderiram à greve e que o serviço de Sedex não está funcionando.

O sindicato da categoria ainda não informou um balanço completo dos reflexos da paralisação, mas afirma que 70% do operacional (Sedex e carteiros) está paralisado.

Na região de Piracicaba, também no interior do estado, a entrega de cartas e de encomendas está paralisada, segundo o sindicato da categoria.

Na região de Jundiaí, 70% dos trabalhadores aderiram à greve e a agência do centro da cidade está de portas fechadas.

Sergipe

Os serviços realizados pelos Correios em Sergipe estão afetados nesta quarta-feira (11), de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Estado de Sergipe (Sintect/SE), que representa cerca de 700 funcionários.

A estatal informou que irá adotar medidas já planejadas para garantir que as agências funcionem regularmente, bem como a entrega de cartas e encomendas.

Tocantins

Segundo o sindicato que representa a categoria, ao menos 30 unidades estão fechadas no estado. No Tocantins, são 746 trabalhadores. Há unidades dos Correios em praticamente em todo o estado, exceto nos municípios de Bom Jesus e Chapada da Natividade.

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