Na semana passada a Justiça do Trabalho negou, em segunda instância, um mandado de segurança impetrado pelo Osvaldo Cruz Futebol Clube para cassar a liminar, concedida em Presidente Prudente, que suspendeu parte das atividades do clube envolvendo menores de 14 anos.
O MPT entende que, ao selecionar os menores para participarem de competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol, o Osvaldo Cruz desenvolve o "desporto de rendimento", o que é proibido. Segundo o MPT, a Constituição permite apenas o desenvolvimento de "desporto educacional".
Com a decisão, o clube deixou de participar das competições com as equipes sub-11 e sub-13.
Os pais dos atletas afetados por essa decisão demonstraram insatisfação e não apoiam a decisão da Justiça neste caso. Solange Murari, mãe de um dos atletas, conversou com a reportagem do Portal Metrópole de Notícias sobre o assunto. "Em 2017 aconteceram denúncias de vários clubes da região e o MPT, transformou isso em uma Ação Civil, só que apenas o Osvaldo Cruz apresentou categorias sub-11 e sub-13, por conta disso o juiz está impedindo a participação das crianças em campeonatos.", disse.
Segundo Solange Murari, os pais não entendem o motivo desta decisão da Justiça."É um projeto público, da prefeitura, em parceria com o Azulão e eles estão brigando junto conosco para que a gente consiga o direito das crianças disputarem o campeonato. Não entendemos porque o campeonato é em nível estadual e só o Osvaldo Cruz não pode participar. As crianças se prepararam, estava tudo certo e nas vésperas do jogo barraram as crianças. O juiz indeferiu duas vezes e nesta última ele disse que os pais estão sonhando e que é como se fosse nosso projeto financeiro e não é isso. Meu filho joga desde os 8 e pra ele é uma diversão, a obrigação dele é estudar, ele joga porque gosta.", destacou.
A mãe de atleta disse ainda que participar do campeonato seria bom para o desenvolvimento das crianças. "O futebol tão querido pelos brasileiros, para as crianças é uma brincadeira e eles conhecem outras cidades, criam vínculos e tem contato com pessoas diferentes, e não conseguimos entender porque será ruim. Dizer que é trabalho e exploração, não entendemos isso, porque nenhum pai vai trazer filho pra ser explorado. Meu filho gosta, a realização dos pais é a alegria dos filhos. Temos gastos com isso, mas um gasto sem interesse, porque é para alegria deles.".
Segundo Solange Murari, os pais dos atletas afetados pela decisão estão programando uma manifestação para esta quarta-feira (05). "Vamos fazer um manifesto, algo bem pacifico com as crianças para mostrar a nossa insatisfação com essa decisão. Algumas crianças ficaram doentes porque foram barradas, e é muito difícil para os pais. Todo pai tem sonho pro filho, então é difícil ver as crianças tristes e a gente não poder fazer nada. Nós vamos lutar até o fim. Gostaria de convidar a população que gosta de esportes para participar da manifestação conosco.", finalizou.
A manifestação dos pais e atletas acontece nesta quarta-feira (05), a partir das 16h, no campo do Jardim das Bandeiras.