Osvaldo-cruzense realiza estudo sobre o Pacaembu e as mudanças na prática do futebol na capital

26/10/2018 16h13 Pesquisa científica desenvolvida por historiador de 21 anos apresenta detalhes sobre a democratização da modalidade e a influência do estádio paulistano nesse processo.
Redação - Acally Toledo - Informações: Globo Esporte, Presidente Prudente - SP
Osvaldo-cruzense realiza estudo sobre o Pacaembu e as mudanças na prática do futebol na capital Historiador Matheus reencontrou o Pacaembu durante a realização da pesquisa. (Foto: Departamento de Comunicação da Unoeste / Cedida)

Apaixonado pelo esporte mais praticado no Brasil, um jovem de Osvaldo Cruz resolveu levar o gosto pessoal para o meio universitário, e o resultado foi a realização da pesquisa intitulada "O futebol operário e a construção do Estádio Municipal 'Pacaembu'". Por meio do estudo concluído em junho, Matheus Ferreira Barrientos, de 21 anos, mostra como o Paulo Machado de Carvalho contribuiu para a democratização da modalidade na capital. A sua obra foi apresentada em eventos científicos e acadêmicos e aguarda possível publicação em revistas de duas universidades.

Corintiano fanático, o ex-aluno do curso de história da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), de Presidente Prudente, apresenta no estudo que a construção do Pacaembu tinha como objetivo fazer da população de São Paulo um exemplo de saúde para o país. A obra foi realizada em uma época que o futebol deixou de se ser apenas um esporte da elite e passou a ganhar adeptos da classe de trabalhadores, e o estádio paulistano teve influência nisso. A pesquisa também aborda uma contestação a qual não atribui ao inglês Charles Miller o título de criador da modalidade.

"Eu sempre tive curiosidade de saber por que o futebol é assim hoje, o início, o porquê do estádio estar ali... Morei em São Paulo na infância, frequentei bastante o Pacaembu e já sabia algumas coisas. Com o projeto de iniciação científica, eu pude mostrar o que significou o futebol para as pessoas da época, o peso dele na parte cultural e social. A simples prática de um esporte mudou a rotina da população de São Paulo."

Sob a orientação da docente doutora Lorayne Garcia Ueocka, a pesquisa durou um ano, e o momento mais difícil para o osvaldo-cruzense foi ter de falar do rival Palmeiras, situação vivida que ele hoje lembra com bom humor. As fontes utilizadas foram o acervo do Museu do Futebol e o jornal O Estado de São Paulo.

Corintiano ainda espera ver estudo render mais frutos — Foto: Departamento de Comunicação da Unoeste / Cedida

O trabalho foi apresentado no Departamento de História e Geografia da Universidade de São Paulo (USP) e na Semana de História da Unesp de Assis, entre outros. Enquanto aguarda o resultado para saber se o motivo de todo esforço será publicado em revistas de instituições do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o jovem dá aulas em um cursinho pré-vestibular em Osvaldo Cruz e tem o objetivo de realizar um mestrado a fim de dar continuidade à pesquisa. O caminho que está sendo percorrido por Matheus parece longe do fim, mas tem sido gratificante.

"É o maior prazer da minha vida, sempre tive o desejo de contribuir com a sociedade de alguma forma. Como sou historiador, a minha contribuição tem de ser assim. Muita pessoas hoje são apaixonadas por essa modalidade, mas não têm a preocupação de saber sobre a origem dos times, a existência, ficam apenas restritas aos resultados. No meu estudo, por exemplo, eu mostro por que Palmeiras e Corinthians mandaram seus jogos no Pacaembu por tanto tempo."

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