Entre pódios e lutas, 2ª melhor lançadora de dardo do país reforça sonho olímpico

20/07/2018 13h49 Atleta osvaldo-cruzense Eloah Scramin, de 22 anos, atualmente treina no ABC paulista e mira vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio; na última competição internacional, jovem alcança a terceira colocação.
Redação - Acally Toledo - Informações na Íntegra: Globo Esporte, São Bernardo do Campo - SP
Entre pódios e lutas, 2ª melhor lançadora de dardo do país reforça sonho olímpico Eloah é a primeira colocada do país na categoria sub-23 e a segunda no adulto. (Foto: Eloah Scramin / Cedida)

O bom desempenho recente em competições nacionais e o terceiro lugar nos Jogos Desportivos Sul-Americanos deram à atleta osvaldo-cruzense, Eloah Scramin, do lançamento de dardo, o impulso necessário para ir em busca da concretização dos próximos sonhos. Entre eles, um dos principais é representar o Brasil nos Jogos Olímpicos, no Japão, em 2020.

Entretanto, como é de rotina para a maioria dos praticantes de esportes olímpicos do país, as incertezas em relação à continuidade parecem inseparáveis do dia a dia. Por isso, além da dedicação nos treinos, a busca por apoio tem sido outro ponto principal do planejamento.

"Precisamos de parceiros. Se a Eloah está entre as melhores, é porque não medimos esforços para atender as necessidades. Quando não podíamos atender, fornecendo os materiais necessários, sempre contamos com amigos, que acolhiam e forneciam.", contou Sandra Maria Caetano de Souza Scramin, mãe e grande incentivadora de Eloah.

Sandra enumera os custos inerentes à manutenção de um atleta de alto rendimento, como é o caso da filha, referentes a alimentação, suplementação, equipamentos e gastos na área da saúde. O que faz com que a ajuda da família e da equipe também dependa da colaboração dos amigos e comerciantes da cidade natal.

E todo empenho externo de familiares, amigos e colaboradores, aliado ao talento e esforço de Eloah, tem dado resultado. Em abril, no Campeonato Brasileiro de Atletismo Sub-23, em Porto Alegre (RS), Eloah lançou o dardo a uma distância de 58,50m. A marca, até aqui, lidera o ranking brasileiro na categoria sub-23 e fica com a vice-liderança na categoria adulta.

E os bons resultados da temporada passaram as fronteiras. No início de junho, em Cochabamba, na Bolívia, a osvaldo-cruzense ficou em terceiro lugar nos Jogos Desportivos Sul-Americanos. Mesmo sentindo dores em um dos ombros, Eloah alcançou a marca de 57,42m.

As mesmas dores alimentaram outro tipo de incerteza, mas fizeram Eloah tomar uma decisão em busca de um melhor rendimento na próxima temporada. Após o parecer médico recebido recentemente, a atleta decidiu se submeter a um procedimento cirúrgico, visando colocar fim nas dores que incomodaram nos Sul-Americanos.

Assim, ela deixará de participar do Pan-Americano Universitário, neste mês, em São Paulo; do Campeonato Ibero Americano de Atletismo, em agosto, no Peru, e do Sul-Americano de Atletismo, em outubro, na Argentina, com o objetivo de voltar 100% fisicamente para 2019, quando se intensifica o ciclo olímpico. 

"Entendo que é o melhor momento para isso. Então, irei reservar os próximos meses para me recuperar e, na próxima temporada, voltarei bem.", analisou Eloah.

 

Histórico

Eloah está com 22 anos e começou no lançamento de dardo em 2006, ainda com 9 anos, em Osvaldo Cruz. Em 2011 e 2012, defendeu a equipe prudentina. Em 2013, chegou ao ABC paulista para competir por São Caetano do Sul, onde ficou até 2016.

No ano passado, esteve com o time de Campinas e, neste ano, voltou ao ABC, para atuar por São Bernardo do Campo. A faculdade de educação física, próxima do término da licenciatura, foi outro compromisso assumido neste período.

"Mesmo com todas as dificuldades, continua uma vencedora, conquistando medalhas e se superando, como no último campeonato, quando conquistou mais um pódio. Sabemos que Eloah pode muito mais e vai conseguir.", confia Sandra.

Se, nas disputas, o dardo de Eloah ainda busca avançar a marca dos 60m, a superação e a confiança nos sonhos já foram lançadas bem mais longe, a uma distância que nenhum fiscal de prova ou equipamentos eletrônicos conseguiram mensurar, mesmo com ventos tão fortes, que insistem em soprar contra a atleta e o esporte olímpico brasileiro.

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