Educação de SP abre primeiro processo seletivo para Dirigentes Regionais de Ensino

05/06/2019 17h28 Podem participar profissionais na área de educação, do quadro de magistério estadual.
Redação - Acally Toledo - Informações: Siga Mais, Adamantina - SP
Educação de SP abre primeiro processo seletivo para Dirigentes Regionais de Ensino .

A Secretaria Estadual de Educação abre, pela primeira vez, processo seletivo para dirigentes regionais de ensino. Há vaga para o cargo em Adamantina.

Segundo publicou nesta terça-feira (4) a Folha de S. Paulo, o secretário estadual da educação, Rossieli Soares, exonerou um terço dos dirigentes regionais de ensino, que comandam grupos de escolas estaduais em todas as regiões de SP.

Dos 91 gestores atuais – informa a Folha – 26 não preencheram os requisitos do novo sistema de seleção para cargos de chefia da pasta. Outros 8 deixam o posto para se aposentar.

A decisão já foi oficializada, conforme Resolução SE de 3-6-2019, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo de hoje.

Entre os profissionais exonerados nesta terça-feira está a dirigente regional de ensino de Adamantina Márcia Helena Martins Lopes dos Santos, nomeada em janeiro do ano passado.

Dirigentes foram avaliados antes da exoneração

As mudanças na dinâmica de nomeações para os cargos de dirigentes regionais de ensino seguem os parâmetros do programa Líderes Públicos, implantado pelo governador João Dória (PSDB) que adota sistema de avaliação com foco em gestão no setor público, baseado em critérios objetivos, nos moldes da iniciativa privada. 

Em relação aos dirigentes regionais de ensino, segundo a Folha, na primeira etapa dessa avaliação os mesmos apresentaram seus planos de trabalho, elaborados a pedido do novo secretário. Em seguida, foram submetidos a uma entrevista onde foram avaliadas suas competências, entre elas o perfil de liderança.

Nesse processo, foram avaliados indicadores em cada diretoria regional de ensino, como a taxa de evasão escolar, desempenhos no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e do Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de SP), e até mesmo se o dirigente perdia prazos de renovação dos contratos, exigindo-se, por consequência, contratações emergenciais.

O cargo de dirigente regional de ensino é de livre nomeação e exoneração do governador e do secretário de educação, e a partir dessa nova dinâmica, não haverá indicação política. “Olhamos caso a caso, foi uma decisão difícil, mas técnica, sem dedo político", disse Rossieli à Folha. "Tinha gente há 10, 30 anos no cargo e que não estava conseguindo liderar. Uma das diretoras regionais apresentou todos os indicadores negativos, em todos os aspectos que analisamos. Era tão ruim que nem foi preciso discussão sobre o que fazer", completou.

Essa nova dinâmica é fruto da parceria entre a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e a Aliança (que reúne organizações: Fundação Brava, Fundação Lemann, Instituto Humanize e Instituto República). Segundo a Secretaria, o acordo com as entidades não tem custo para os cofres estaduais. 

Inscrições de novos dirigentes

Depois de concluir a análise de desempenho dos 91 dirigentes regionais de ensino, a partir de entrevistas e devolutivas com os atuais ocupantes, a Secretaria da Educação abre um processo seletivo para 34 novos profissionais da rede interessados em desempenhar essa função. As inscrições serão abertas nesta quinta-feira (6) e poderão ser feitas até o dia 28 de junho, pelo site www.educacao.sp.gov.br/lideres-publicos.

Quem pode participar?

A lei complementar número 836, de 1997, prevê que podem ocupar o cargo de dirigente de ensino na Secretaria Estadual da Educação, e portanto, estão aptos a participar da seleção, profissionais com curso superior ou pós-graduação na área de Educação e que sejam titulares do quadro de magistério estadual. É necessário ainda ter pelo menos dez anos de experiência no magistério; ou oito, sendo dois deles na função de suporte pedagógico educacional ou direção de órgãos técnicos.

As vagas serão para as Diretorias Regionais de Ensino na Capital (Centro-Oeste, Leste 1, Leste 2, Leste 3, Sul 1 e Sul 2); na Grande São Paulo (Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco e Suzano); e no Interior (Adamantina, Americana, Araçatuba, Araraquara, Birigui, Bragança Paulista, Campinas Oeste, Capivari, Itapeva, Itararé, Jacareí, Jales, José Bonifácio, Limeira, Lins, Marília, Miracatu, Pindamonhangaba, Pirassununga, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São Roque e Sumaré).

Como será o processo seletivo?

A metodologia de avaliação é inspirada em modelos internacionais de gestão de pessoas no setor público e tem como objetivo valorizar competências como liderança, resiliência e tomada de decisões.

O processo seletivo é composto por sete etapas: análise curricular; teste de perfil e aderência; entrevista por competência; entrevista com especialista e entrevista final realizada pelo secretário da Educação Rossieli Soares.

A seleção tem objetivo de avaliar o profissional sob diferentes óticas, por isso inclui mapeamento de competências, análise curricular e teste de perfil. Os profissionais serão entrevistados por especialistas do governo e vão ser estimulados a propor um plano de ação para melhoria do Ideb e do Idesp.

Os mais bem avaliados farão parte de uma lista, da qual o governo escolherá os novos dirigentes.

Para Rossieli Soares, a gestão de pessoas é o principal desafio na gestão, e por isso o projeto Líderes Públicos tem como foco identificar os profissionais mais aptos a exercer posições de liderança. “O modelo de gestão que estamos desenhando e implementando tem como objetivo final melhorar o aprendizado dos nossos alunos, e isso começa com uma relação próxima, direta e efetiva entre professores e diretores”, afirma Soares.

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